terça-feira, 31 de março de 2009

Rumo a Porto Velho

Aconteceu de 27 a 29 de março o seminário regional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Nordeste I - Ceará. O seminário teve como objetivo preparar os delegados que irão participar do 12º intereclesial no mês de julho em Porto Velho.

O assessor do semínario, padre Luiz Ceppi destacou em sua fala a importância das Cebs jamais perderem de vista a sua identidade. "O que vale não é o número, mas uma Igreja pequena, seguidora de Jesus Cristo", disse Ceppi.

As Cebs têm que continuar o seu olhar para longe, sensível aos clamores dos excluídos e excluídas da sociedade. A defesa da vida deve ser sempre a bandeira de luta. Como instrumento do Reino de Deus, as Cebs continuam plantando as sementes da boa nova de Jesus.



quinta-feira, 26 de março de 2009

Espiritualidade Libertadora


A Espiritualidade das Comunidades Eclesiais de Base ( CEBs) não poderia ser outra se não a espiritualidade de Jesus de Nazaré. O teólogo Gustavo Gutiérrez diz que "ser cristão é ter Jesus Cristo como referência para a vida." É Ele, Jesus de Nazaré, quem nos convoca permanentemente a sermos discípulos e discípulas do Reino na história.
Seguir Jesus é estar disposto a fazer a experiência de Deus na vida cotidiana, Deus do Reino, dos pobres e da libertação. O critério fundamental, segundo O teólogo Faustino Teixeira, é por-se a caminho com Jesus, sobretudo no sentido da solidariedade com os mais empobrecidos e excluídos da sociedade.
As Comunidades Eclesiais de Base têm consciência de que "fora do mundo não há salvação". Trata-se, portanto, de uma espiritualidade capaz de perceber o homem e a mulher dentro de realidades concretas e comprometidos na recriação de novas relações consigo mesmos e com o cosmos. Descobre-se nas CEBs que se chega ao céu através da terra.

sexta-feira, 20 de março de 2009

CEBs: Ecologia e Missão


Em Julho de 2009 o 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base ( CEBs ), que acontecerá em Porto Velho-RO, terá como tema: CEBs Ecologia e Missão. Os Intereclesiais têm se constituído, além de espaço privilegiado da partilha de experiências e reflexões das comunidades de base, em rico manancial de animação da vida das CEBs. Para Roberto Malvezzi, membro da Comissão da Pastoral da Terra ( CPT), essa nova temática do Intereclesial de 2009 traz as Comunidades Eclesiais de Base para o coração dos novos desafios humanos e planetários.

É no final da década de 50 e início da década de 60, segundo o padre Benedito Ferraro, assessor nacional das CEBs, que se dá o seu nascimento. “Elas pipocaram um pouco por todo o Brasil, pela América Latina e pelo Caribe, no campo e na cidade”, diz Ferraro. Para ele o batismo aconteceu com a Conferência do Episcopado Latino Americano em Medellín no ano de 1968, sendo confirmada pela Conferência de Puebla no ano de 1979.

Para Faustino Teixeira, teólogo e assessor, a experiência das Comunidades Eclesiais de Base tem constituído a grande e original contribuição da Igreja universal. Segundo Teixeira, na trilha aberta pela renovação eclesiológica do Concílio Vaticano II (1962 – 1965) e do impulso da Conferência de Medellín, as CEBs foram se firmando como uma nova forma de ser Igreja, caracterizada sobretudo, pela corajosa opção pelos pobres e pela libertação integral.

“Os membros das CEBs têm uma atuação especialmente intensa nas pastorais sociais: pastoral operária, pastoral da terra, indígena, da saúde, da criança, dos pescadores, dos seringueiros, da mulher marginalizada e outras. Têm uma atuação marcante em atividades como a Semana Social e o Grito dos Excluídos. A preocupação ecológica também entrou de cheio nas comunidades, desde a luta de Chico Mendes e seus companheiros no Acre até a coleta seletiva do lixo nas comunidades urbanas”, afirma o sociólogo e professor da UFRJ, Ivo Leusbaupin.

O arcebispo de Porto Velho, anfitrião do 12º Intereclesial, dom Moacir Grechi, acredita que este encontro marcará profundamente a comunhão eclesial da Arquidiocese. “As CEBs vivem sua missão nessa região, onde a aliança do Criador com o universo aparece tão fortemente, seja na tradição bíblica, seja nas culturas indígenas”, comenta dom Moacyr.

As CEBs reafirmam no hoje da história a paixão pela pessoa de Jesus Cristo caminho, verdade e vida, através do seguimento profético, colocando-se em defesa da vida ameaçada por sistemas perversos. Ela nos mobiliza na luta a favor da vida humana, da natureza, do Planeta e do universo. A mística evangélica nos convida a não só contemplar toda a criação, mas como afirma Leonardo Boff, teólogo e filósofo, a missão do ser humano não é estar sobre as coisas, dominando-as, mas ficar ao seu lado, cuidando delas, pois ele é parte responsável da imensa comunidade terrenal e cósmica.



Julio Ferreira