segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Caldeirão do beato José Lourenço é inspiração profética para as CEBs

Era madrugada do dia 19 de setembro de 2010 quando os participantes da XVII assembléia de CEBs do regional NE I -Ceará partiram em romaria para o Caldeirão do Beato José Lourenço. Em meio a poeira e a vegetação seca, a certeza de que o Calderão continua vivo e de que lutar pela vida não é em vão. As Comunidades Eclesiais de Base jamais "deixarão cair a profecia", Dom Helder.

A comunidade do Caldeirão do beato José Lourenço ficava nas terras do Pe. Cícero no município do Crato. Ela era pautada pelo tripé: oração, trabalho e abundância. No ano de 1926 a população era de 200 pessoas, aumentando consideravemente com a seca de 1932. Em 1936 chegou a 2000 habitantes. O caldeirão, segundo Pe. Vileci Vidal, "tornou-se sinal de liberdade camponesa, onde se prosperou uma vida baseada na experiência das primeiras comunidades cristãs."

A 11ª romaria do Caldeirão do beato José Lourenço teve como tema: Vida em primeiro lugar, tema do 16º grito dos excluídos 2010. Nos tempos atuais o Caldeirão continua sendo referência e inspiração profética para as CEBs.

13º Intereclesial é pauta da XVII assembléia de CEBs do regional NE I

Aconteceu de 17 a 19 de setembro de 2010 em Crato - Ceará, a XVII assembléia das Comunidades Eclesiais de Base do Regional NE I. O tema do encontro: Justiça e Profecia a serviço da Vida e o lema: CEBs - Romeiras do Reino no Campo e na Cidade, já fizeram com que os participantes da assembléia, vindos de 8 dioceses do regional, entrassem no clima do 13º Intereclesial.

Padre Anastácio, assessor da assembléia, destaca que é importante cada diocese entender o intereclesial já acontencendo. Para ele, 2013 será a celebração do que as comunidades vivenciarem durante este tempo de preparação. "A defesa da vida, na prática da justiça e da profecia é a retomada daquilo que nos identifica, diz Padre Anastácio."















A assembléia, além de estudo, possibilitou também a partilha da caminhada das dioceses e os encaminhamentos para o 13º intereclesial enquanto regional.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Paróquia de Aracati acolhe 16º Grito dos Excluídos e Excluídas da diocese

A 16ª edição do grito dos excluídos e excluídas da diocese de Limoeiro está marcada para acontecer na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Aracati. A concentração e acolhida se dará na comunidade de Pedregal, a partir das 15h do dia 7 de setembro de 2010. De lá sairá uma marcha com diversas paradas percorrendo as ruas de Aracati. As paradas darão o tom da 16ª edição do grito na diocese, pois questões como agronegócio, meio ambiente e carcinicultura, eólicas e turismo irresponsável e regularização fundiária serão abordadas. O encerramento está previsto para as 20h no largo da Igreja Matriz.

Anunciar, em diferentes espaços e manifestações populares, sinais de esperança com a perspectiva de transformação através da unidade, organização e das lutas populares e denunciar todas as formas de injustiças promovidas pelo sistema capitalista implantado em nosso país, que causa a destruição e a precarização da vida do povo e do planeta é o objetivo da 16ª edição do grito dos/as excluídos/as.

Embora se diga que o Brasil avançou e que são muitas as melhorias e benefícios alcançados pela população, há uma realidade sufocada que precisa ser gritada. São rostos desfigurados de crianças, de jovens, de idosos, de mulheres e homens, como nos fala o documento de Puebla, que continuam à margem de um sistema excludente que visa o progresso para uma pequena minoria. Por isso o lema do 16º grito dos excluídos e excluídas: Onde estão nossos direitos? Vamos às ruas construir um projeto popular.

É nesse contexto que o grito desse ano traz como proposta a participação no plebiscito popular pelo limite da propriedade da terra. No Brasil desde a chegada dos europeus, em 1500, a concentração de terra é grande. O plebiscito tem o objetivo de conscientizar e mobilizar a sociedade brasileira para a realidade agrária do país.

O grito dos excluídos e das excluídas teve sua origem no setor pastoral social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele nasce como continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995 que abordava o tema Fraternidade e Excluídos. É uma manifestação popular, espaço de animação e profecia que envolve pessoas, grupos, entidades, Igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos e excluídas.