quarta-feira, 14 de junho de 2017

SELETIVIDADE PROPORCIONAL, PRECAUÇÕES ANTIRREVOLUCIONÁRIAS



Por Josenilson Doddy*


A população negra, jovem e de baixa escolaridade, moradora de bairros periféricos, continua sendo alvo de extermínio, segundo os últimos estudos do Instituto de Pesquisa Aplicada – IPEA, sobre o atlas da violência, totalizando a maior parte das vítimas de homicídios no país (78,9%) dos casos. A publicação do resultado da pesquisa ocorreu dia 05 de junho de 2017. 
O resultado dessa pesquisa deixa cada vez mais evidente qual é o projeto de sociedade implicado no código genético do Estado burguês que gerencia o sistema capitalista. Os acordos institucionais e políticos são extensão da prática de superexploração e dizimação da classe trabalhadora.   
Esse extermínio seletivo não é algo sem pretexto ou caso isolados. É maneira de se precaver pela contenção, pela violência. A burguesia precisa a todo custo impedir que a miséria por ela causada corra o risco de se tornar movimento revolucionário. “Dispersa! Dissipa!” são suas palavras de ordem contra a periferia.
O acirramento da luta de classes pode desmascarar esse sistema de morte. Tal ameaça faz com que se use de todas as armas e se pratique as mais cruéis  atrocidades e violências. Essa investida do capital é contra os jovens, negros, moradores da periferia, índios, as mulheres, LGBTs, sem terra, sem teto. Todos e todas os/as pertencentes à classe trabalhadora são as vítimas fatais.  
"Sejamos o pesadelo permanente daqueles que roubam os nossos sonhos." Lutar, criar Poder Popular! 

*Josenilson Doddy é militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e da Organização Popular (OPA).





terça-feira, 6 de junho de 2017

Outros 28 DE ABRIL virão!


     Por Thales Emmanuel*
Um importante passo foi dado pela classe trabalhadora no dia 28 de abril: Greve Geral em todo o Brasil! Para muita gente, a maior mobilização da história do país. 
Dos menores municípios às grandes metrópoles, do comércio aos metrôs, estradas e rodovias, terminais de ônibus, fábricas, órgãos públicos, escolas, no campo e na cidade, bastante coisa parou, muita gente se mobilizou. A união se fez força de uma maneira que ainda não havia acontecido desde o início da resistência ao golpe. 
Paralisar a produção e a circulação de mercadorias inquietou o capital. Para impedir que a exitosa experiência da Greve Geral se converta em aprendizado e confiança, o principal braço do partido da burguesia, a TV Globo,  apressou-se em camuflar a verdadeira autoria dos fatos, transferindo da luta popular para a delação premiada o poder de fazer cambalear no cargo o excelentíssimo senhor golpista Michel Temer.  
A manobra visa também acumular em torno da emissora a credibilidade necessária para influenciar com maior peso a escolha de um eventual substituto farsante que esteja à altura de cumprir com as metas traçadas pelas grandes empresas e bancos que governam quem governa o país. 
No dia 24 de maio, no #ocupabrasiliaa convocação de tropas das Forças Armadas em nome da Garantia da Lei e da Ordem não veio sem uma correspondente propaganda midiática que visou justificar a repressão ao apresentar a resistência do povo como sinônimo de caos social. A burguesia golpista deixou nítido que só aceita a não aceitação do golpe se a forma de fazê-lo estiver conforme as regras por ela determinadas 
Do outro lado, a consciência dos impactos das medidas que retiram direitos da maioria e bonificam privilégios de uma reduzida elite levou à consciência da necessidade da unidade e da luta da gente impactada. Em consequência, as mobilizações forjam a consciência sobre a eficácia de determinadas formas de luta, em detrimento de outras, pouco eficientes. Esse alargamento na forma de pensar, sentir e agir em coletivo tenciona para que se extrapole as regras impostas pela dominação. 
Por esse motivo, os poderosos tremem ante a possibilidade que outros 28 de Abril se multipliquem e desenvolva na classe trabalhadora a consciência de que o fim das opressões e da exploração está condicionado fundamentalmente à sua capacidade de organização e de luta. 
O papel das direções continua fundamental. As que não tiverem "desaprendido a aprender", contribuirão ativamente para o avanço do processo. As demais, mais cedo ou mais tarde, serão devidamente atropeladas pela marcha da História. 
Que tremam os opressores. Outros 28 de Abril virão! 

*Thales Emmanuel é militante do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) e da Organização Popular (OPA).