sexta-feira, 21 de agosto de 2009

12º Intereclesial das CEBs


O grande e esperado dia chegou. De 21 a 25 de julho estivemos em Porto Velho para a realização do 12º Intereclesial das CEBs. Ao todo éramos 3.010 delegados, vindos de todas as dioceses do Brasil, América Latina e Caribe.

O Intereclesial foi o tempo do encontro, do reencontro, da afirmação da identidade da Igreja dos pobres. Ali nos sentimos verdadeiramente discípulos missionários, comprometidos com a causa do Reino.

No Porto, nos Rios e nas Canoas aprofundamos o tema do nosso Intereclesial: CEBs: Ecologia e Missão. Bendito "o coração grande da Amazônia" que nos acolheu.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Arraiá das CEBs

Lá vem o trem das CEBs
Chegando pro arraiá
Venha, entre neste trem
Você não pode faltar.

Este foi o convite para o arraiá das comunidades Eclesiais de Base da Arquidiocese de Fortaleza, que acontceu no dia 13 de junho na comunidade do juniorato Redentorista.

Muitas comunidades e pastorais entraram no trem, mostrando que a caminhada se faz também de momentos como este. O clima era de festa, ao redor da fogueira e da mesa da partilha. E não faltou o tradicional aluá.

Como nos diz Che Guevara "é preciso endurecer-se, sem perder a ternura jamais!"

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Consagrando-se ao Deus Comunitário e Libertador

Era noite do dia 06, véspera da Santíssima Trindade. As Cominidades Eclesiais de Base(CEBs) da Arquidiocese de Fortaleza colocam-se em vigília. Entre cantos, reflexões, partilhas e danças as CEBs vivenciaram aquela noite como sendo o grande momento da renovação da aliança.

Para as CEBs, a imagem do Deus Trinitário é o maior referencial que se tem de Comunidade. E por isso consagrou este dia como sendo o dia das Comunidades.

Todos os que estávamos ali reafirmamos o nosso compromisso de continuarmos firmes na caminhada, sem jamais deixarmos de consagrar a nossa vida ao Deus Comunitário e Libertador.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Dai-lhes vós mesmos de comer"

Era tarde e a multidão permanecia ali para escutar as palavras do mestre. Os discípulos disseram: "Despede a multidão, para que vão aos povoados e campos vizinhos procurar pousada e alimento, pois estamos num lugar deserto". Ele, porém, lhes disse: "Dai-lhes vós mesmos de comer".

Diante da situação em que se encontram nossos irmãos e irmãs, por causa das grandes chuvas, é preciso escutar a voz do mestre. Despedir a multidão faminta e desabrigada não é humano e nem cristão. É nessas horas que as palavras tomam força e se trasnformam em gestos concretos.

A Cáritas Arquidiocesna, as CEBs e as Pastorais Sociais estão empenhadas no recebimento e distribuição de roupas e alimentos para as vítimas da insensatez humana. A chuva é bênção dos céus, mas a humanidade querendo ser Deus interfere no percurso da mãe natureza, transformando alegria em tragédia e tristeza.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rio São Francisco: Pai e Mãe de um povo

No dia dezesseis de maio, na cidade de Aracati, paróquia Nossa Senhora do Rosário, aconteceu o encontro das Comunidades Eclesiais de Base(CEBs) do zonal da praia da diocese de Limoeiro. O tema do encontro foi: CEBs - Ecologia e Missão, em preparção ao 12º Intereclesial.

Uma das discussões do encontro se deu em torno da transposição do Rio São Francisco e as águas do Ceará, a partir de um documentário produzido pela Comissão de Pastoral da Terra (CPT) e Cáritas do regional nordeste I - Ceará.

O projeto de Transposição do Rio São Francisco tem mobilizado os movimentos sociais e todos os que lutam pela preservação da vida. Em 2005 e 2007 dom Luiz Flávio Cappio, bispo da diocese de Barra, no sertão da Bahia, fez greve de fome em defesa do Rio São Francisco. Para dom Cappio, o Rio São Francisco é o Pai e a Mãe de um povo. Ele é o gerador de vida para uma imensidade de outras vidas, por isso ele não pode morrer.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Maria da Libertação

Maio é um mês dedicado, pelos cristãos católicos, a Nossa Senhora. Os títulos a ela dedicados são vários, sempre capitando alguma dimensão da sua personalidade que serve de referencial para a vivência cristã.

Nas Comunidades Eclesiais de Base, Maria é vista como uma jovem que, corajosamente, foi capaz de cantar a queda dos poderosos de seus tronos e a elevação dos pequenos.

Maria é sensível aos clamores dos marginalizados e excluídos da sociedade. Em Fátima ela aparece para as crianças, em Guadalupe para o índio Juan Diego e em Aparecida, no milagre das águas, vai ao encontro dos pescadores.

Mais do que devocional, o mês de maio deve ser também um tempo de refletirmos sobre nossas atituddes e ações. Estamos, como Maria, subindo e descendo as montanhas para visitar as Isabeis do nosso tempo? É mais do que tempo de sermos solidários.


terça-feira, 5 de maio de 2009

Vida pelas Vidas

Na história dos mais de trinta anos dos intereclesiais das CEBs, temos sido acompanhados e fortalecidos pela memória permanente e incômoda dos mártires. Nossas comunidades há muito tempo têm assistido, com pesar e dor, a morte de seus ente queridos.

Para Santo Agostinho "o que faz o mártir não é a forma de morte. É a causa pela qual ele dá a vida." A fidelidade até o martírio, como expressão de compromisso com o Evangelho e testemunho do Reino permanece necessário e urgente.

No dia 10 de maio de 1986 em Imperatriz do Maranhão, Pe. Josimo Morais Tavares era brutalmente assassinado pelas mãos do impiedoso latifúndio. Ele era coordenador da Comissão da Pastoral da Terra (CPT) do Bico do Papagaio.

Antes de morrer, Josimo afirmou: "A minha vida nada vale em vista da morte de tantos pais lavradores assassinados, violentados e despejados de suas terras. É hora de se levantar e fazer a diferença. Morro por uma causa justa."

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Mantenham as lâmpadas acesas"


A assembléia arquidiocesana das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) aconteceu nos dias 18 e19 de abril. Para nós foi muito mais do que um reafirmar de identidade, mas uma grande certeza de que estamos no caminho certo.

Ao longo de toda a assembléia o nosso sempre pastor nos acompanhou com seu olhar penetrante e o sorriso de quem acredita e apoia a caminhada. O painel de dom Aloisio estava aí na sala e sentimos que ele nos encorajava dizendo: "Mantenham as lâmpadas acesas."

E se depender de cada um e cada uma que ali se encontrava estas lâmpadas jamais se apagarão. O nosso jeito de ser Igreja continuará sendo o de uma Igreja que avança para águas mais profundas, com um pensar e agir críticos à luz de uma leitura libertadora da Palavra de Deus.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"Não deixe cair a profecia"


A profecia foi sempre uma marca na caminhada do povo de Deus. Ela nasce justamente no momento em que começa a acontecer os desvios, quando se deixa de praticar o direito e a justiça. Os profetas são aqueles que alertam para o rompimento da aliança e convocam para a renovação da missão, do compromisso com o Deus da vida.

Nos nossos dias, nos perguntamos: O que aconteceu com a profecia? Para onde estamos caminhando? Como diz dom Pedro Casaldáliga "Deus e os pobres continuam presentes". Por isso, enquanto houver oprimidos no meio de nós, não podemos deixar de denunciar as injustiças e anunciar a presença do Reino.

Em seu livro, A profecia na Igreja, José Comblin recorda as últimas palavras de dom Helder para o monge beneditino Marcelo Barros: "Não deixe cair a profecia". Acolhamos este forte apelo de dom Helder que jamais se deixou abater pelos opressores do povo e continuemos o seu legado e de tantos outros irmãos e irmãs que deram a vida levantando suas vozes em defesa dos pequenos.




quinta-feira, 2 de abril de 2009

Páscoa

Um dia Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e numa alta montanha transfigurou-se diante deles. Os três ficaram tão maravilhados que queriam armar tendas e permanecer ali. O mestre, porém os fez entender que é preciso descer a montnaha, pois lá embaixo há uma realidade que precisa ser transfigurada.


O número dos crucificados aumentam a cada dia entre nós, basta um olhar atento para as nossas ruas e praças e veremos crianças e adultos sendo desreipeitados em seus direitos fundamentais. Há clamores de sem tetos, sem terra, sem salários...vítimas de um sistema excludente.


Nossa meta como discípulos-missionários é a páscoa, a vitória da vida sobre a morte. Esta é a resposta que Deus-Pai deu àqueles que pretendiam ter a última palavra, ressuscitando o filho e dizendo sim as suas pretensões. Por isso não temamos denunciar todo tipo de injustiça e nos colocar em defesa da vida.

terça-feira, 31 de março de 2009

Rumo a Porto Velho

Aconteceu de 27 a 29 de março o seminário regional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Nordeste I - Ceará. O seminário teve como objetivo preparar os delegados que irão participar do 12º intereclesial no mês de julho em Porto Velho.

O assessor do semínario, padre Luiz Ceppi destacou em sua fala a importância das Cebs jamais perderem de vista a sua identidade. "O que vale não é o número, mas uma Igreja pequena, seguidora de Jesus Cristo", disse Ceppi.

As Cebs têm que continuar o seu olhar para longe, sensível aos clamores dos excluídos e excluídas da sociedade. A defesa da vida deve ser sempre a bandeira de luta. Como instrumento do Reino de Deus, as Cebs continuam plantando as sementes da boa nova de Jesus.



quinta-feira, 26 de março de 2009

Espiritualidade Libertadora


A Espiritualidade das Comunidades Eclesiais de Base ( CEBs) não poderia ser outra se não a espiritualidade de Jesus de Nazaré. O teólogo Gustavo Gutiérrez diz que "ser cristão é ter Jesus Cristo como referência para a vida." É Ele, Jesus de Nazaré, quem nos convoca permanentemente a sermos discípulos e discípulas do Reino na história.
Seguir Jesus é estar disposto a fazer a experiência de Deus na vida cotidiana, Deus do Reino, dos pobres e da libertação. O critério fundamental, segundo O teólogo Faustino Teixeira, é por-se a caminho com Jesus, sobretudo no sentido da solidariedade com os mais empobrecidos e excluídos da sociedade.
As Comunidades Eclesiais de Base têm consciência de que "fora do mundo não há salvação". Trata-se, portanto, de uma espiritualidade capaz de perceber o homem e a mulher dentro de realidades concretas e comprometidos na recriação de novas relações consigo mesmos e com o cosmos. Descobre-se nas CEBs que se chega ao céu através da terra.

sexta-feira, 20 de março de 2009

CEBs: Ecologia e Missão


Em Julho de 2009 o 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base ( CEBs ), que acontecerá em Porto Velho-RO, terá como tema: CEBs Ecologia e Missão. Os Intereclesiais têm se constituído, além de espaço privilegiado da partilha de experiências e reflexões das comunidades de base, em rico manancial de animação da vida das CEBs. Para Roberto Malvezzi, membro da Comissão da Pastoral da Terra ( CPT), essa nova temática do Intereclesial de 2009 traz as Comunidades Eclesiais de Base para o coração dos novos desafios humanos e planetários.

É no final da década de 50 e início da década de 60, segundo o padre Benedito Ferraro, assessor nacional das CEBs, que se dá o seu nascimento. “Elas pipocaram um pouco por todo o Brasil, pela América Latina e pelo Caribe, no campo e na cidade”, diz Ferraro. Para ele o batismo aconteceu com a Conferência do Episcopado Latino Americano em Medellín no ano de 1968, sendo confirmada pela Conferência de Puebla no ano de 1979.

Para Faustino Teixeira, teólogo e assessor, a experiência das Comunidades Eclesiais de Base tem constituído a grande e original contribuição da Igreja universal. Segundo Teixeira, na trilha aberta pela renovação eclesiológica do Concílio Vaticano II (1962 – 1965) e do impulso da Conferência de Medellín, as CEBs foram se firmando como uma nova forma de ser Igreja, caracterizada sobretudo, pela corajosa opção pelos pobres e pela libertação integral.

“Os membros das CEBs têm uma atuação especialmente intensa nas pastorais sociais: pastoral operária, pastoral da terra, indígena, da saúde, da criança, dos pescadores, dos seringueiros, da mulher marginalizada e outras. Têm uma atuação marcante em atividades como a Semana Social e o Grito dos Excluídos. A preocupação ecológica também entrou de cheio nas comunidades, desde a luta de Chico Mendes e seus companheiros no Acre até a coleta seletiva do lixo nas comunidades urbanas”, afirma o sociólogo e professor da UFRJ, Ivo Leusbaupin.

O arcebispo de Porto Velho, anfitrião do 12º Intereclesial, dom Moacir Grechi, acredita que este encontro marcará profundamente a comunhão eclesial da Arquidiocese. “As CEBs vivem sua missão nessa região, onde a aliança do Criador com o universo aparece tão fortemente, seja na tradição bíblica, seja nas culturas indígenas”, comenta dom Moacyr.

As CEBs reafirmam no hoje da história a paixão pela pessoa de Jesus Cristo caminho, verdade e vida, através do seguimento profético, colocando-se em defesa da vida ameaçada por sistemas perversos. Ela nos mobiliza na luta a favor da vida humana, da natureza, do Planeta e do universo. A mística evangélica nos convida a não só contemplar toda a criação, mas como afirma Leonardo Boff, teólogo e filósofo, a missão do ser humano não é estar sobre as coisas, dominando-as, mas ficar ao seu lado, cuidando delas, pois ele é parte responsável da imensa comunidade terrenal e cósmica.



Julio Ferreira