O final de semana parece terminar.Mas
para os que estiveram na comunidade do Cumbe ele é um recomeçar. Os dias não
terminam para os que lutam incansavelmente por uma sociedade justa, igualitária
e livre. E a comunidade do Cumbe sabe muito bem o que significa lutar e
resistir. Embora pareça a luta do Davi contra o Golias, a comunidade não se
deixa intimidar diante dos grandes projetos depredadores.
Uma oficina sobre cartografia
social foi realizada nos dias 08 e 09, na comunidade, pelos estudantes de
geografia da Universidade Federal do Ceará - UFC. Segundo João Joventino, da
comunidade do Cumbe, essa oficina faz parte de uma ação conjunta na semana do
meio ambiente.
"O objetivo da oficina,
cartografia social, é oferecer a comunidade um instrumental de luta e de poder.
O reconhecimento do território como lugar de realização, espaço coletivo e
livre fortalece a luta da comunidade que, na maioria das vezes, se vê refém das
injustiças ambientais", afirma Joventino.
Para o estudante de geografia da
UFC, Rafael Valente, "a cartografia social é um contraponto da
cartografia, que trabalha a partir de mapas temáticos. Os mapas temáticos acaba
não visualizando o todo, favorecendo os empresários em detrimento à
comunidade". A cartografia social, diz Valente, nasceu nos anos 90 e
objetiva a ajudar as comunidades a conhecerem sua história e seu território.
Elas se localizam e se defendem, conclui.
Em apoio solidário e
participativo, várias entidades, além dos estudantes do departamento de
geografia da UFC, estiveram no Cumbe, entre elas a OPA - Organização Popular de
Aracati e o MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
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