terça-feira, 26 de julho de 2016

Organização Popular Ocupa BR em Aracati-CE


 Por Thales Emmanuel*

Na manhã de ontem, dia 25 de julho, em Aracati-CE, aproximadamente 600 pessoas, moradoras de quatro bairros da cidade, animados pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), que integram a Organização Popular (OPA), ocuparam e interditaram trecho da BR 304, na altura da ponte que corta o Rio Jaguaribe.

A mobilização visou pressionar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a efetivação de acordos não cumpridos, selados em ocupação anterior. As reivindicações variam desde a construção de uma passarela, para passagem de crianças que precisam atravessar a rodovia para chegar à escola, à iluminação pública.

A duplicação da BR 304, que já leva anos, tem impactado várias comunidades.



Diante da pressão popular – quando a interdição da rodovia chegava às seis horas de duração –, o superintendente do DNIT, Diógenes José Tavares Linhares, desembarcou no local, vindo de helicóptero direto da capital do estado.


As primeiras negociações aconteceram ainda no local da manifestação e uma audiência foi marcada para 16 de agosto, no intuito de concluir a questão. Só depois desses primeiros acertos a rodovia foi desocupada.


“Não vamos abrir mãos de nossos direitos. O DNIT prometeu e não cumpriu. Não aceitamos politicagem. Nossos filhos e netos precisam estudar sem o risco de morte que é atravessar esta pista todos os dias”, denunciou Maria das Dores, moradora da comunidade Pedregal.

Para Odahi Magalhães, da coordenação da OPA, “a mobilização é mais uma prova de que, quando a necessidade se junta à organização, o povo dá passos firmes em direção às transformações sociais necessárias”.


Entre os/as manifestantes, um sentimento se generalizou: “Esta é nossa forma de fazer política. Se dia 16 não resolver, retornaremos com mais força e a estrada ficará fechada por mais tempo”, disse Marcelo Nascimento, também da OPA.



*Thales Emmanuel é militante da Organização Popular (OPA) e do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST).

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