segunda-feira, 20 de junho de 2011

Gêneses da OPA


Embora se fale em superação da pobreza, surgimento de uma nova classe média e melhoria na qualidade de vida, são nítidas entre nós as grandes contradições produzidas pelo capital. Primeiro porque está se olhando o ser humano descontextualizado, fora da conjuntura planetária, como se ele fosse ele nele mesmo, sem as relações necessárias e fundamentais. Em segundo lugar porque o olhar é o do próprio capital, onde é satisfatório que alguns se saciem com as migalhas, enquanto a grande maioria se banqueteia quais “vacas de basã”.

São os olhares atentos e críticos sobre esta realidade que está na gênese da Organização Popular de Aracati – OPA. Olhar da Igreja da libertação que faz uma opção radical pelos pobres; olhar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; olhar dos professores; olhar dos estudantes; das comunidades e associações. Olhares para além dos seus interesses e da sua sobrevivência enquanto movimento ou instituição.

O que faz a OPA ser o que ela é é justamente a capacidade de perceber a importância das relações e interações. Assim como as pessoas não podem viver isoladas, também as organizações, principalmente quando o contraditório nos é comum. As negações de direitos em nossa realidade nos fez convergir os olhares e repensar nossas metodologias.

Os grandes projetos ( carcinicultura, eólicas, agronegócio...) estão sendo colocados acima das pessoas, do meio ambiente, da vida. Há clamores e é preciso saber escutá-los. É necessário e urgente intervir. Está mais do que na hora de nos apresentarmos como movimento de resistência e vivenciarmos as alternativas de forma audaciosa. As pequenas práticas, por menores que pareçam ser, são sinais de esperança. O movimento social tem que reverter à violação de direitos, mas isso só acontecerá se for de forma articulada.

Está na gênese da OPA jamais perder de vista que somos companheiros e companheiras na busca e na luta por uma sociedade sustentável. E como diz Leonardo Boff “a sustentabilidade alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa".

Todas as ações realizadas pela OPA já nos seus poucos meses de vida apontam que nós estamos no caminho certo e não podemos desanimar. O nosso público é realmente aquele que se tornou invisível aos olhos do capital, que de maneira perversa continua deixando seqüelas.





















Um comentário:

  1. Parabens pela postagem, muito bem elaborada...
    Como disse Rosa Luxemburgue: "Aquele/a que não se movimenta não conhece a corrente que o/a prende".

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