Um dos mitos do
jornalismo, a imparcialidade, fica evidente quando se fala de Globo, pois são
50 anos de desserviço à sociedade e de apoio irrestrito ao capital. Durante
esse período, a Globo fez questão de dizer de que lado estava, afinal de contas,
sendo filha de quem é, a ditadura, não poderia ser diferente. Ela, que foi o
principal grupo de telecomunicações beneficiada pela Política de Integração
Nacional criada pelos militares, tornou-se porta-voz do regime.
Em seus 50 anos, a Rede
Globo de Televisão vem comandando o novo coronelismo,"o coronelismo
eletrônico", colocando interesses privados e privaticidas como sendo
interesses públicos, configurando-se uma relação de clientelismo entre os meios
de comunicação e o Estado, a serviço do grande capital. Essa prática, já em
1861 foi denunciada por Karl Marx em relação aos jornais londrinos que, segundo
ele, "não representavam a opinião popular, mas a voz dos políticos que lhe
dariam benefícios."
A relação entre as
organizações Globo e o Estado é extremamente estreita e seu poder de influência
é gigantesco. Tancredo Neves chegou a afirmar, numa conversa com Ulisses
Guimarães, que brigava com o Papa, com a Igreja Católica, com o PMDB, com todo
mundo, menos com o “Doutor Roberto”.
Vários episódios
envolvendo a Rede Globo de Televisão dão conta de que não há o que se comemorar
nesses cinquenta anos. Entre eles, podemos citar: a omissão durante a campanha
pelas Diretas Já em 84, já que se tratava de uma ameaça ao regime militar; a
fraudulenta edição do debate entre Lula e Collor, na eleição de 89, pois temiam
a vitória de Lula; e, mais recentemente, a transformação das manifestações
populares justas em vandalismo.
Em nome de uma falsa
liberdade de imprensa, os barões da mídia continuam construindo seus impérios e
monopólios, amparados pelo Estado e prestando irrestrito serviço ao capital.
Até mesmo o governo do PT, que se esperava fosse enfrentar essa ditadura
midiática, acabou por render-se aos caprichos da "Senhora do
Destino".
Mas, como todo império,
este também não é inabalável.Mesmo criminalizados, os movimentos populares
continuam nas ruas, enfrentando o poder da mídia e gritando: O POVO NÃO É BOBO,
FORA REDE GLOBO!