Aracati, 26
de outubro de 2015.
Por
Josenilson Doddy*
Todos
os anos, em outubro, desde 1985, as juventudes celebram o DNJ – Dia Nacional da
Juventude. Momento este que foi primeiramente encabeçado pelas pastorais da
juventude, as únicas organizadas até então dentro das estruturas eclesiais.
Nas
últimas décadas, várias expressões juvenis surgiram e se engajaram na
construção deste momento, trazendo os anseios das juventudes com temáticas
voltadas para as mesmas e dentro do contexto social. A finalidade é de traçar
meios para sanar problemáticas não só da juventude, mas da sociedade como um
todo, trazendo para os jovens o protagonismo de tais transformações.
Neste
ano o DNJ veio com o tema: Juventude Construindo uma Nova Sociedade. A Diocese
de Limoeiro de Norte-CE realizou seu momento na paróquia de Aracati, reunindo
mais de 600 jovens. Na programação teve uma análise geral do tema, demonstrando
o quanto a participação da juventude é crucial para romper com as estruturas de
opressão e desigualdade, assim como fez o Cristo Libertador, que lutou para que
todos e todas tivessem vida em plenitude.
Também
foram trabalhadas diversas oficinas, com algumas temáticas bem reflexivas e
polêmicas, todas de fundamental importância para a juventude.
O
Encontro produziu, ao final, uma Carta Compromisso que sintetizou o momento, trazendo
desde fortes denúncias contra o machismo, a homofobia e o racismo, bem como a
degradação da casa comum pelo modelo de desenvolvimento econômico em curso e a
exploração da classe trabalhadora no sistema capitalista. A Carta simboliza a
aliança da juventude com o projeto defendido por Jesus de forma atualizada.
O
DNJ foi um momento riquíssimo de formação, mas é necessário que a juventude se
comprometa realmente com o que foi traçado. Que este DNJ não tenha sido apenas
um momento de euforia e de debates, pois é necessário colocar em prática a vivência
do evangelho, iluminados pelo Nazareno que foi até as últimas consequências em
defesa da vida.
Que
assim sejamos nós, jovens comprometidos com as causas dos oprimidos, que
sejamos capazes de tremer de indignação a cada injustiça, e que lutemos até as últimas
consequências para que haja vida, vida em plenitude, pois nós, jovens, temos o
poder de transformar e fazer acontecer as necessárias mudanças sociais.
*Josenilson
Doddy é militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e da
Organização Popular (OPA).