Por
Thales Emmanuel*
Ontem, 11 de novembro, em consonância com a luta
nacional organizada por setores da classe trabalhadora, aproximadamente 1000
pessoas fecharam por mais de 8 horas o trânsito de veículos na BR 304, nas
imediações do km 43, Aracati-CE.
O protesto, que começou por volta das 7 horas da
manhã, contra a retirada de direitos promovida pelo governo ilegítimo de Michel
Temer (PMDB), tinha também outras reivindicações, voltadas principalmente para
garantia do acesso à água, à terra e por soluções para os impactos causados
pela obra de duplicação de trecho da citada rodovia.
Em torno da Organização Popular (OPA), participaram
da mobilização lutadores e lutadoras de vários municípios da região, do
Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), da Pastoral da
Juventude do Meio Popular (PJMP), do Sindicato dos Servidores do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (SINDSIFCE) e de comunidades,
rurais e urbanas, quilombolas, operários, professores/as e estudantes.
Uma audiência de negociação foi agendada com o DNIT,
mas as pautas relacionadas ao governo estadual não obtiveram resposta. O
silêncio do governador Camilo Santana (PT) revoltou a população:
“O que é preciso fazer mais para que sejamos
escutados? (Suspiro) Seja lá o que for, faremos. Somos atingidos por problemas
sérios aqui. A falta de água é um deles. Falta água para o povo, mas sobra para
as fazendas de camarão, que estão poluindo tudo. E o governador, nada
responde?! Para que serve um governante? Para quem trabalha? Também tem outras
questões, como a da estrada, do cruzamento da CE com a BR. Queremos uma
solução. Estão querendo acabar com o nosso histórico acesso.”, revelou,
indignada, dona Fátima, moradora da Vila São José.
No que diz respeito à dimensão nacional, a
indignação não era menor:
“Fora, Temer! Pelo Poder Popular! Precisamos
reconstruir o Brasil, necessitamos de outro modelo econômico, de outra
política, precisamos de participação popular real, direta. Essa não é somente
uma mobilização contra o autoritarismo desse governo golpista e seus parceiros.
Esta é também uma luta por um projeto alternativo de sociedade. Essa mudança não
virá de cima, mas de baixo, através de muito enfrentamento e organização.”,
declarou Francisco Augusto, jovem manifestante.
Os/As participantes garantem se manter mobilizados/as
até alcançarem os objetivos.
*Thales Emmanuel é militante do Movimento dos/as
Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) e da Organização Popular (OPA).
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