Por Thales Emmanuel*
Um importante passo foi dado pela classe
trabalhadora no dia 28 de abril: Greve Geral em todo o Brasil! Para muita
gente, a maior mobilização da história do país.
Dos menores municípios às grandes metrópoles, do comércio aos metrôs, estradas e rodovias, terminais de ônibus, fábricas, órgãos públicos, escolas, no campo e na cidade, bastante coisa parou, muita gente se mobilizou. A união se fez força de uma maneira que ainda não havia acontecido desde o início da
resistência ao golpe.
Paralisar a produção e a circulação de mercadorias inquietou o capital. Para impedir que a exitosa experiência da Greve Geral se converta em aprendizado e confiança, o principal braço do partido da burguesia, a TV Globo,
apressou-se em camuflar a verdadeira autoria dos fatos, transferindo da luta popular para a delação premiada o poder de fazer cambalear no cargo o excelentíssimo senhor golpista Michel Temer.
A manobra visa também acumular em torno da emissora a credibilidade necessária para influenciar com maior
peso a escolha de um eventual substituto farsante que esteja à altura de cumprir com as metas
traçadas pelas grandes empresas e bancos que governam quem governa o país.
No dia 24 de maio, no #ocupabrasilia, a convocação de tropas das Forças Armadas em nome da Garantia da Lei e da Ordem não veio sem uma correspondente propaganda
midiática que visou justificar a repressão ao apresentar a resistência do povo como sinônimo de
caos social. A burguesia golpista deixou nítido que só aceitará a não aceitação do golpe se a forma de fazê-lo estiver conforme as regras por ela
determinadas.
Do outro lado, a consciência dos impactos das medidas que retiram direitos da maioria e bonificam privilégios de uma reduzida elite levou à consciência da necessidade da unidade e da luta da gente impactada. Em consequência, as mobilizações forjam a consciência sobre a eficácia de determinadas formas de luta, em detrimento de outras, pouco eficientes. Esse alargamento na forma de pensar, sentir e agir em coletivo tenciona para que se extrapole as regras impostas pela dominação.
Por esse motivo, os poderosos tremem ante a possibilidade que outros 28 de Abril se multipliquem e desenvolva na classe trabalhadora a consciência de que o fim das opressões e da exploração está condicionado fundamentalmente à sua capacidade de organização e de luta.
O papel das direções continua fundamental.
As que não tiverem "desaprendido a aprender", contribuirão ativamente para o avanço do processo.
As demais, mais cedo ou mais tarde, serão devidamente atropeladas pela marcha
da História.
Que tremam os opressores. Outros 28 de Abril virão!
*Thales Emmanuel é militante do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) e da Organização Popular (OPA).
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