Por
Thales Emmanuel**
O que imediatamente vem à cabeça quando escutamos as
palavras “Revolução Bolivariana”? Que sentimento nos acomete ao ouvirmos os
nomes “Hugo Chávez” e “Nicolás Maduro”? Provavelmente coisa boa não é. Também
pudera! Com meios de comunicação dominados por poderosos grupos empresariais, pessoas
e movimentos que confrontem seus interesses só podem mesmo serem difamados como
imagem e semelhança do capeta.
Desde 1998, com a eleição de Hugo Chávez para
presidência da Venezuela, todas as medidas tomadas pelo governo no intuito de
construir as bases de uma soberania nacional e popular têm sido atacadas por
uma combinação de manobras golpistas, sobretudo midiática, econômica, política
e paramilitar. Um dos mais emblemáticos desses fracassados intentos encontra-se
registrado em vídeo no youtube. “A Revolução não será televisionada” mostra
como, em 2002, setores antipopulares, com auxílio do imperialismo
estadunidense, sequestraram o presidente Chavez para depô-lo do cargo. A
pressão do povo, porém, que desceu dos morros a protestar, forçou a restituição
do dirigente às suas funções.
Em meio a uma estrutura social e política adversa, e
com todas as limitações daí decorrentes, a Revolução Bolivariana consagra ao
Poder Popular a capacidade de enfrentar o cerco empreendido pelo capital.
Mecanismos de democracia participativa, como conselhos comunais e plebiscitos, servem
para dar vazão direta à vontade do povo. Por esse motivo são duramente
perseguidos por segmentos antidemocráticos da classe dominante, nacional e
internacional. Assim como a “Pax Romana” significou o inferno para as classes
populares de Roma e dos povos invadidos na antiguidade, a participação popular na
Venezuela enfurece os porta-vozes da “democracia” de privilégios da burguesia
atualmente.
Se há erros na condução do processo? Evidentemente
que sim. Se é possível, de plebiscito em plebiscito, chegar à plena soberania
popular? A história demonstra que não. A burguesia usará de todo seu gigantesco
arsenal para impedir que isso aconteça, até empurrar a luta para patamares mais
dramáticos, em caso de não rendição das forças populares.
Neste sentido, um fundamental acerto foi reiterado
esses dias pelo presidente Nicolás Maduro, com a convocação de nova Assembleia
Nacional Constituinte. Medida que fez intensificar os ataques terroristas made in Casa Branca.
Se “é impossível imaginar um futuro para a sociedade
sem a participação, como protagonistas, das grandes maiorias”, como diz papa
Francisco, é igualmente impossível não reconhecer – e o odioso desespero do inimigo
o prova – que a participação protagonizada pelas maiorias é o maior de todos os
legados da Revolução Bolivariana até aqui.
*Texto originalmente publicado em Informativo
Redentorista – Vice-Província de Fortaleza.
**Thales Emmanuel é militante do PCB e da
Organização Popular (OPA).
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