Fortaleza, 18
de setembro de 2015.
Por Thales Emmanuel*
O Supremo
Tribunal Federal (STF) reconheceu ontem a inconstitucionalidade do
financiamento empresarial de campanhas eleitorais. A votação foi 8 a 3.
Um dos três,
como se era de esperar, foi do conhecido golpista à paisana, Gilmar Mendes.
Contrariado com o resultado, tal e qual outros golpistas à paisana com as
eleições presidenciais do ano passado, o ministro afirmou que a deliberação é
um "convite à prática reiterada de crimes de lavagem de dinheiro".
É... quando
são tomadas medidas restritivas à influência das grandes fortunas sobre a
política (ou sobre qualquer outra questão de interesse público), vale declarar
que ir de acordo com a Constituição Federal é um erro, né!?
Para o senhor
Gilmar Mendes, leis que vão de encontro aos interesses do capital significam,
na verdade, convites ao capital para infringir a lei. "O STF vem, por meio
deste, convidar os senhores capitalistas a seguirem presentes, agora de forma
velada, privatizando a política com seus bilhões...", mais ou menos assim.
Para essa ruma
de enxofre coberto com toga, melhor seria regulamentar o crime, como foi feito
com a modificação do Código Florestal, trazendo a chacina da natureza e de pessoas
pelo agronegócio para a cumplicidade da esfera legal. Como se assassinos fossem
menos assassinos por constar em lei a liberdade para assassinar. Ou como se
"intervenção militar constitucional" fosse menos golpe que sua materialização
siamesa de 64.
Agora...
difícil mesmo é constatar que a compra de voto também é proibida em lei.
Que ao menos
de hoje em diante façam, mas façam sabendo do risco de irem parar no xilindró!
Ah! Ia me
esquecendo que cadeia, no capitalismo, é coisa pra pobre.
Foi mal! Deve
ter sido a empolgação.
De qualquer
forma, vale a vitória e vale também saber que marionetes do capital perdem batalhas
e composturas.
*Thales
Emmanuel é militante do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra
(MST) e da Organização Popular (OPA).
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