segunda-feira, 15 de maio de 2017

PRODUZIR ALIMENTOS SEM AGROTÓXICO NÃO É CRIME! A resistência de um povo contra o projeto de morte do agronegócio

A indústria do câncer começou a se instalar na Chapada do Apodi (CE) na década de 1980, com a expulsão de milhares de famílias que lá moravam e produziam em relação íntima com a natureza.O agronegócio queria financiamento, terras férteis, infraestrutura e mão-de-obra que pudesse explorar. Como um obediente gênio da lâmpada, o Estado atendeu a todos os seus pedidos, reprimindo qualquer opinião contrária, sendo inclusive conivente com assassinatos, como é o caso de Zé Maria do Tomé, morto com 25 tiros, por protestar contra a pulverização aérea de agrotóxicos. O agronegócio adoeceu a Chapada e seu entorno, deixando a região com um dos maiores índices de câncer do país.

Muitas lutas ocorreram desde então, até que, em 2014, com apoio de várias organizações, aproximadamente 1200 famílias sem-terra moradoras da Chapada ocuparam uma área do perímetro irrigado. Contrariando os interesses das grandes empresas, iniciaram um processo de transição para produção de alimentos saudáveis, sem veneno.

Ciente do inevitável apoio social que a produção sustentável representaria, o agronegócio, em cumplicidade com adeptos políticos e da mídia comercial, passou a perseguir permanentemente o acampamento, batizado de Zé Maria do Tomé. Em resposta, o povo seguiu divulgando, com o fazer cotidiano, a concreta esperança de produzir alimentos saudáveis para toda população.

A pressão popular fez com que, em 2015, o governo federal assinasse decreto para o assentamento das famílias na área ocupada. Medida desfeita recentemente pelo golpista Michel Temer, para quem o destino do Brasil é inseparável da escravização da classe trabalhadora, da privatização dos bens públicos e da destruição da natureza.

A qualquer momento a comunidade poderá sofrer uma ação de despejo. As famílias, movimentos populares e a Igreja Católica local disseram que resistirão até as últimas consequências. “Conosco pulsa a memória dos que tombaram e a união dos que comungam com um projeto de libertação para o campo e cidade brasileiros.”

Da parte dos que resistem, muitas tentativas foram tomadas para evitar o pior. No entanto, os representantes do Estado, entre eles o senador Eunício de Oliveira, mostraram-se insensíveis aos pedidos da comunidade. Que o Estado, assumindo explicitamente o lado do agronegócio, arque então com as consequências de uma tragédia anunciada.

PRODUZIR ALIMENTOS SEM AGROTÓXICO NÃO É CRIME!

PARTICIPE! ESSA LUTA É NOSSA!!!

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