A comunidade Poti, no município de Crateús-CE,
acolheu, nos dias 19 e 20 passados, aproximadamente duzentas pessoas das
comunidades atingidas pela construção da barragem Lago de Fronteiras (entre o
Ceará e o Piauí). O projeto, que tem impactado milhares de famílias, visa,
principalmente, de acordo com estudos preliminares, garantir o fornecimento de
água para o funcionamento de uma grande mineradora, em instalação em municípios
vizinhos. Não é para matar a sede da população nem para a produção agrícola
local.
O encontro, iniciativa do Grupo de Estudos e
Práticas Interdisciplinares em Agroecologia (GEPIA), da Universidade Federal do
Ceará (UFC), com as comunidades atingidas, se iniciou com um café da manhã.
Depois, uma mística provocou reflexões e sentimentos ao retratar a realidade
comum a quem sofre e luta contra projetos que não vêm para servir à população,
mas a interesses de grandes empresas.
Na sequência, os/as participantes conversaram em
grupos suas angústias, as promessas não cumpridas pelo Estado, as inúmeras
violações de direitos e apontaram suas reivindicações, além de alternativas de
enfrentamento. As ideias foram anotadas e, depois, socializadas na plenária
maior.
A angústia das famílias atingidas pôde ser sentida
desde antes, já nas conversas de preparação para o encontro. “Pra mim, é uma
tragédia (...). Nós somos lixo aqui. Nós somos lixo. Os outros não querem ser.
Mas eu digo porque nós somos. Porque vão nos jogar onde eles querem. Lixo que
você apanha aqui e bota pra lá, depois manda pra acolá”, declarou a senhora J.,
de 74 anos de idade.
O próximo momento do encontro contou com a
participação de pessoas atingidas pela construção da barragem do Castanhão, no
Vale do Jaguaribe, do outro lado do estado. Segundo Ézio, do Movimento de
Atingidos por Barragens (MAB), é “sempre a mesma coisa. Eles vão tentar enganar
as comunidades até a chegada das águas, quando, para não morrerem afogadas, as
famílias são obrigadas a sair. Por eles, os atingidos não teriam nenhum
direito. É de nossa luta, da resistência do povo, que vêm as conquistas.”
Na parte da tarde, especialistas nas áreas do
direito, psicologia e território expuseram percepções sentidas e analisadas a
partir das realidades estudadas com as comunidades. Para Juliane Melo, advogada
do Escritório Frei Tito de Alencar, “há, comprovadamente, uma série de
ilegalidades e violações de direitos no processo de implementação do Lago de
Fronteiras. O povo tem o direito de lutar contra isso.”
O instante seguinte seria uma audiência de
negociação com os órgãos do Estado, direta ou indiretamente envolvidos na
construção da barragem, principalmente o Departamento Nacional de Obras Contra
a Seca (DNOCS), que não compareceu nem informou o porquê. “Nós sabemos onde
fica o escritório deles. Se o DNOCS não vem até aqui, nós iremos até ele, e com
muito mais gente”, declarou um dos participantes, com indignação estampada no
rosto.
No segundo dia, formou-se uma coordenação das
comunidades, com o compromisso coletivo de traçar planos de fortalecer a
resistência, a união e o espírito de coragem que permeou todo o encontro.
Muitas entidades e movimentos apoiadores estiveram
presentes; entre elas, a Igreja Católica, o Movimento Sem Terra e a Organização
Popular (OPA).
“O encontro dos atingidos foi planejado para
buscar unir as comunidades, para que a discussão sobre os direitos violados
saísse do pensamento individual para uma reflexão coletiva”, frizou Thaís
Félix, estudante de psicologia e integrante do GEPIA.* Por Thales Emmanuel
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