quarta-feira, 17 de junho de 2015

Marcha dos Oprimidos do Campo e da Cidade



                                                                                                                     * Por JosenilsonDoddy
                                                                                                
 Hoje, 17, no município de Aracati-CE, distante 150km de Fortaleza, por volta das 8:30h, foi realizada a primeira Marcha dos/as Oprimidos/as do Campo e da Cidade. Aproximadamente 300 famílias, participantes da Organização Popular de Aracati (OPA) e do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) manifestaram pelas ruas da cidade a realidade de negação de direitos em que vivem, exigindo dos poderes constituídos solução para os problemas, além de denunciar a criminalização das lutas populares por parte de segmentos da imprensa local e do poder Judiciário.

  No percurso, as falas foram de indignação contra as empresas do agronegócio que devastam a região, sobretudo a carcinicultura, citada inúmeras vezes como invasora dos territórios tradicionais dos povos ribeirinhos, e a Syngenta, empresa do ramo de transgênicos/agrotóxicos, que possui laboratório instalado no município. Em frente à rádio Canoa, uma parada exigiu direito de resposta por conta de calúnias que teriam sido noticiadas contra a recente ocupação de luta por moradia Comuna Jacinta Sousa.  Em sua fala Jocélia Ribeiro, da coordenação da OPA, ressaltou o tema do 21º grito dos excluídos que diz: "que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos consome."
 
  A Comuna, com o maior número de pessoas entre os/as participantes, reivindicava, entre outras questões, o cadastro municipal das quatrocentas famílias que a integram. O grito de ordem “Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito!”, guiou a Marcha até o gabinete do poder executivo municipal, que foi ocupado. A manifestação terminou quando a audiência para negociação das pautas das comunidades foi marcada com o prefeito da cidade, Ivan Silvério, PDT.

 Cinco comunidades da OPA e cinco do MST, do campo e da cidade, fora a própria Comuna Jacinta Sousa, estiveram presentes no ato, que contou também com o apoio da paróquia local. Segundo Elisângela Gomes, da direção do MST, a Marcha representou um passo a mais na organização da classe trabalhadora no município. “Depois de hoje, as expectativas apontam para um envolvimento ainda maior de setores oprimidos que já percebem que sem a luta direta não há alternativa de mudança possível”, completou.
A manhã de mobilização se encerrou com um almoço coletivo na Comuna Jacinta Sousa.


*Militante da OPA e PJMP

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