* Por JosenilsonDoddy
Hoje, 17, no município de Aracati-CE,
distante 150km de Fortaleza, por volta das 8:30h, foi realizada a primeira
Marcha dos/as Oprimidos/as do Campo e da Cidade. Aproximadamente 300 famílias,
participantes da Organização Popular de Aracati (OPA) e do Movimento dos/as
Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) manifestaram pelas ruas da cidade a
realidade de negação de direitos em que vivem, exigindo dos poderes
constituídos solução para os problemas, além de denunciar a criminalização das
lutas populares por parte de segmentos da imprensa local e do poder Judiciário.
No percurso, as falas foram de
indignação contra as empresas do agronegócio que devastam a região, sobretudo a
carcinicultura, citada inúmeras vezes como invasora dos territórios
tradicionais dos povos ribeirinhos, e a Syngenta, empresa do ramo de
transgênicos/agrotóxicos, que possui laboratório instalado no município. Em
frente à rádio Canoa, uma parada exigiu direito de resposta por conta de
calúnias que teriam sido noticiadas contra a recente ocupação de luta por
moradia Comuna Jacinta Sousa. Em sua
fala Jocélia Ribeiro, da coordenação da OPA, ressaltou o tema do 21º grito dos
excluídos que diz: "que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos
consome."
A Comuna, com o maior número de pessoas
entre os/as participantes, reivindicava, entre outras questões, o cadastro
municipal das quatrocentas famílias que a integram. O grito de ordem “Enquanto
morar for um privilégio, ocupar é um direito!”, guiou a Marcha até o gabinete
do poder executivo municipal, que foi ocupado. A manifestação terminou quando a
audiência para negociação das pautas das comunidades foi marcada com o prefeito
da cidade, Ivan Silvério, PDT.
Cinco comunidades da OPA e cinco do MST,
do campo e da cidade, fora a própria Comuna Jacinta Sousa, estiveram presentes
no ato, que contou também com o apoio da paróquia local. Segundo Elisângela
Gomes, da direção do MST, a Marcha representou um passo a mais na organização
da classe trabalhadora no município. “Depois de hoje, as expectativas apontam
para um envolvimento ainda maior de setores oprimidos que já percebem que sem a
luta direta não há alternativa de mudança possível”, completou.
A manhã de mobilização se encerrou com
um almoço coletivo na Comuna Jacinta Sousa.
*Militante da OPA e PJMP
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