quinta-feira, 9 de março de 2017

8 de Março


Por Thales Emmanuel*
“Mulher bonita é mulher que luta!” O grito que ecoou por mais de 500 vozes femininas – e por que não dizer feministas? – pelas ruas de Crateús-CE, ontem pela manhã, foi grito de protesto, que se somou a outros gritos de outras tantas mulheres organizadas em mobilizações Brasil e mundo à fora.


Por aqui, a marcha, que se iniciou às 8:30h e tomou conta das ruas do centro da cidade, culminou em ocupação da sede do INSS até além das 11h. Aí o “Fora, Temer!” se juntou ao “Lutemos! Lutemos! Nenhum direito a menos!”.
A luta contra as tentativas do governo golpista de Michel Temer de implementar suas reformas antipopulares na previdência foi pauta de todas as organizações que construíram o ato, do campo à cidade. Lá estavam, por exemplo, o Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), a Frente Social Cristã (FSC) e o Sindicato dos/as Professores/as.


Creonice Bezerra, militante do MST, denunciou: “Esse Temer, golpista, machista, se aposenta com 54 anos e quer que nós só nos aposentemos com 65. Por isso, as mulheres estão ocupando o Brasil em luta.”
Da FSC, Tereza Barros, de 75 anos, acredita que “o movimento golpista é um vírus sobrevivente da ditadura militar iniciada em 1964. São anti-humanos. Mas do outro lado, como na época daquela ditadura, hoje existem pessoas corajosas, pessoas que enfrentam o que for preciso. Acreditam que Deus é libertação.”
Com a ocupação, alguns funcionários e funcionárias da instituição federal, e também clientes em espera de atendimento, colocaram-se favoráveis ao protesto. Foi o caso da assistente social, Daniele Araújo, que, em nome do Conselho Federal do Serviço Social, destacou a campanha do órgão contra a retirada de direitos e as opressões em geral: “’Os manos, as minas e as monas vão parar!’ A luta é dia-a-dia. Essa reforma da previdência não vai passar. Nenhum direito a menos!”

Lia Pinheiro, professora da Faculdade de Educação de Crateús (FAEC), núcleo da Universidade Estadual do Ceará (UECE), declarou que “a luta do movimento de mulheres é internacional e anticapitalista. Contra toda forma de opressão, de racismo e de violência contra as mulheres.”
Pelo visto, deve vingar a sentença proferida no carro de som que acompanhava a marcha:
“Nem Temer nem o machismo terão sossego. Nós, mulheres, estaremos em luta permanente!”  


*Thales Emmanuel é militante do MST e da Organização Popular (OPA).

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