quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mais que um “código verbal”

É natal, fim da espera. Concretiza-se a esperança. A encarnação da palavra acontece. O Messias está entre nós. Momento como esse jamais havia se dado na história da comunicação entre o divino e o humano. O diálogo entre Deus e a humanidade ultrapassa, agora, “o limite do código verbal”. O verbo se torna carne, gente, texto vida, contexto, gesto, enfim um de nós.


A vinda do Deus menino é mais do que se espera numa relação comunicacional. Com essa atitude, a comunicação entre Deus e a humanidade passa a ser dialógica. Há interlocutores no processo comunicativo. E é por isso que está entre nós não qualquer menino, mas aquele que vem provocar reflexões e mudanças no nosso jeito de ser e de fazer, a partir da maneira como ele mesmo construiu o seu texto vida.


O texto traduzido em vida é boa nova para os pobres, pequenos e marginalizados, mas ao mesmo tempo é ameaça para os grandes e poderosos. O Emanuel, Deus conosco, vem comunicar vida e vida em abundância. Para isso questiona as relações injustas que dificultam a vivência do Reino, conteúdo privilegiado da sua pregação.


Natal é, pois, mais do que simples palavra, é encarnação. Devemos então nos perguntar se estamos nos traduzindo em gestos e atitudes que promovem vida e esperança ou se somos apenas palavras? O que nossas vidas comunicam? De que maneira nossa presença é ameaçadora para os que continuam oprimindo os pobres, excluídos dos nossos dias?


Que, como Jesus, consigamos construir o texto de nossa vida, pautado naquilo que somos chamados a comunicar: a boa nova do Reino. Que a encarnação seja entendida por nós como sendo permanente e contextualizada, não apenas passado, mas presente e futuro. Ultrapassemos, também nós, “o limite do código verbal”.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Vigília natalina das Cebs de Fortaleza conclama a profecia

As Comunidades Eclesiais de Base - CEBs - da Arquidiocese de Fortaleza, com o objetivo de emitir publicamente um sinal de apoio e solidariedade com as inúmeras famílias ao longo do trilho, aflitas diante da ameaça aguda de remoção por causa da copa de 2014 e denunciar, também publicamente, as injustiças cometidas contra os legítimos direitos dos moradores, por parte do Governo do Estado, realizaram ontem, 17, a III Vigília de natal, na Capela Nossa Senhora das Graças da comunidade Trilha do Senhor.


Com o lema "...Porque não havia lugar para eles", as comunidades passaram a noite em oração, reflexão, partilha e cantoria. Também fizeram uma procissão ao longo das várias comunidades da área. Segundo Carlo Tursi, da coordenação arquidiocesana das CEBs, " é contra nossas autoridades estaduais e municipais que queremos volver o clamor do profeta: Ai dos pastores de Israel que são pastores de si mesmos! Não é do rebanho que eles deviam cuidar?(Ez 34,2b)"


Para o coodenador do 13º Intereclesial das CEBs, Pe. Vileci Vidal, "essa vigília é uma voz profética das CEBs de Fortaleza que deve ecoar por todo o Brasil, para despertar tantas outras comunidades que sofrem os impactos dos grandes projetos nas cidades da copa." Ainda segundo Vidal, "o verdadeiro espírito natalino começa com a vigília das CEBs de Fortaleza, esperando o menino Jesus nascer nas comunidades do trilho."



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Comunidades mobilizadas dizem não as remoções

O Brasil se prepara para receber um dos maiores eventos do mundo. A copa 2014 vai acontecer aqui no país do futebol. Um megaevento que tem causado, já nos preparativos, dor e sofrimento para muitas famílias. Tratam-se das remoções. Elas vêm acontecendo de forma desreipeitosa, perversa e autoritária em todas as cidades sede da copa. Mais uma vez os pobres pagam o ônus, enquanto os grandes e poderosos saem lucrando.

Em Fortaleza as Comunidades Eclesiais de Base - CEBs - vem se mobilizando em defesa da vida e da moradia. São 22 comunidades ameaçadas de remoção ao longo do trilho, entre Parangaba e Mucuripe. Mais uma vez o menino Deus corre o risco de não ter onde nascer. Segundo as Comunidades há muita insegurança quanto ao futuro. As indenizações são injustas, muito abaixo do que realmente deveriam ser.

Pelo direito de terem uma moradia decente, de serem escutadas, respeitadas e tratadas com dignidade, é que as comunidades estão mobilizadas e tomam as ruas para dizer não as remoções. O dia de luta e em defesa da moradia acontece nessa quarta-feira, 14, a partir das 9:00h, na Praça da Bandeira, em Fortaleza.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Comunidades virtuais: espaço de encontro entre identidades

Interesses compartilhados, intimidade, relações duradouras são algumas das características de uma comunidade mediada, que precisa de motivação para superar a ausência de contato corporal e a distância geográfica. Se características como essas não existem nos ciberespaços, então estamos diante de uma simples agregação eletrônica.

Um uso inadequado das novas mídias pode, ao invés de favorecer a comunicação, contribuir para desviá-la do seu percurso, retirando do ser humano o chão da realidade. No ciberespaço a pessoa pode se apresentar como ela desejar, reinventar-se. Para Martino (2010) “é possível ser qualquer um, inventar-se o quanto quiser e, nessa criação de personas, definir uma imagem voltada para o outro, um público”.

Segundo Lemos e Lévy (2010) “não se pode generalizar para toda forma socialmente agregadora da internet o rótulo de comunitária”. Para ser comunitária, o propósito de completude deve estar presente, bem como o pertencimento simbólico. Estamos em redor de que? Qual o nosso objeto comum? Quais os nossos interesses?

Para Martino (2010) “a internet permitiu uma aproximação sem precedentes entre indivíduos com interesses e idéias semelhantes”. E o mais importante em tudo isso, diz ele, é que “não somos mais espectadores diante de uma tela”. Há na rede espaço para que as identidades possam debater e trocar idéias, movimentando-se livremente. A circulação de informações disponibilizadas na rede pela comunidade contribui na construção de um conhecimento comum.

Essa rede de troca e de colaboração é descentralizada, deixando para traz uma comunicação linear, onde se tinha um centro emissor e uma multiplicidade de receptores. Essa nova esfera pública, segundo Lemos e Lévy (2010), funciona de muitos para muitos em um espaço descentralizado. Ainda na opinião de Lemos e Lévy “as mídias interativas, as comunidades virtuais e a explosão da liberdade de expressão trazida pela Internet abrem um novo espaço de comunicação [...]”.

Por isso é importante compreender que o simples fato de termos diante de nós as mídias mais potentes e sofisticadas não nos garante que estamos nos comunicando. A comunicação só acontece de fato quando somos capazes de fazer uma apropriação sábia, prudente crítica e adequada dos meios, potencializando e subsidiando a todos que interagem na rede.

Na concepção de Martino (2010) “o conhecimento transformado em relações de comunicação parece ser o início e o fim do longo trabalho de construção da identidade. Daí que as relações de identidade estão ligadas ao estudo da comunicação”.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Viver em rede de forma inteligente

Sem dúvida a humanidade deu um salto com os avanços tecnológicos. A informática modificou a forma de relacionamento entre pessoas e entre as pessoas e o mundo. Segundo Christofoletti (2008) modificaram-se radicalmente a educação, a sociabilidade, a comunicação e a compreensão dos cenários ao nosso redor.

No mundo do trabalho, com esses avanços tecnológicos, o profissional do novo século para ser bem sucedido e realizado profissionalmente precisa somente ser um bom conhecedor das novas tecnologias? É suficiente ter o domínio sobre as máquinas e suas complexidades?

O conhecimento é muito mais do que técnica. Muitas vezes temos muitas informações e acabamos confundindo com conhecimento, como se esse fosse a soma das informações obtidas. E daí nossas conexões serem, na maioria das vezes, vazias de sentido. O que é compartilhado, na verdade, não é conhecimento. Torna-se algo sem nexo, sem contexto, sem texto, sem vida.

O acúmulo de informações e a dependência tecnológica acabam, por vezes, anulando os aspectos humanos, como o sentimento, a paixão, o desejo, o temor, o medo... Enfim, a humanidade acaba tornando-se máquina. O grande desafio será a superação deste armazenamento robótico. E o caminho é o do compartilhamento do conhecimento, da interação. As pessoas descobrirem que há um humano por trás de todos os recursos tecnológicos.

O profissional do novo século precisa estar antenado. Ele precisa saber da importância do uso das novas tecnologias, mas ao mesmo tempo descobrir que no mundo de hoje não basta só ter o domínio das mesmas. Entrar no mundo tecnológico é criar possibilidades de crescimento para si e para a humanidade. Aí consiste o conhecimento. Ele não é mutilador, mas propositor.

Para quem sabe dar sentido aquilo que faz, as novas mídias trazem consigo experiências de democracia e liberdade. Elas possibilitam o compartilhamento de conhecimentos, superando um antigo conceito de que uma só pessoa é detentora de todos os conhecimentos. Se bem utilizadas, as novas tecnologias contribuem para a construção coletiva de conhecimentos. Tudo vai depender das inteligências implicadas no processo.

Será bem sucedido o profissional que estiver aberto para aprender que é o homem e a mulher que são portadores de sentido e de conhecimento. E que as novas tecnologias poderão contribuir e muito com a sustentabilidade da vida, mas com a ação humana e a sua capacidade de viver em rede de forma inteligente.

domingo, 11 de setembro de 2011

Palavra de Deus, gesto comunicativo e gerador de vida

Setembro é conhecido por todos nós como o mês dedicado a Palavra de Deus. Palavra que Cria, Palavra Redentora, Palavra que Comunica. No ato criador de Deus, onde ele expressa seu amor, há a Palavra pronunciada, gesto comunicativo que faz a vida desabrochar em meio ao caos. Em Jesus a Palavra se plenifica. Ele mesmo, verbo encarnado, é a própria mensagem, Palavra eterna do Pai. Todo processo comunicativo se sintetiza em Jesus.

A Palavra que se faz carne e habita entre nós, segundo São João, não é apenas alguém que vem falar do Pai, mas é o Deus conosco. Em Jesus o ser humano é capaz de compreender o pensamento divino, pois ele comunica à vida que recebe do Pai. As palavras de Jesus fazem com que todas as palavras sejam significadas e encontrem sentido.

Como interlocutor de Deus, o ser humano, e somente ele, dentre todas as criaturas, é chamado a participar do seu amor e do seu conhecimento. O ser humano, imagem e semelhança do criador, é o que há de mais profundo nessa relação comunicativa. Poder dialogar com o criador é privilégio do ser humano. Aqui se estabelece uma relação filial, uma aliança comprometedora. Uma comunicação que reside numa interatividade de comunhão.

Esse mês da Palavra nos pode ajudar a compreender os caminhos de um Deus comunicador. A história da salvação é a história da comunicação de Deus com o ser humano. Essa comunicação teve seu início na criação, quando Deus tomou a iniciativa de sair ao encontro do ser humano, dando-lhe o seu sopro de vida; passou pela libertação do povo da escravidão do Egito; atravessou o deserto; se fez Páscoa e se fez Pão.

O Deus que cria comunicando vida, espera da pessoa humana, imagem e semelhança sua, que esta também profira Palavra de vida e vida plena. Jesus, o comunicador do Pai por excelência, denunciou tudo e todos que se colocaram contra a vida. Toda comunicação que não se coloca a favor da vida está contra a sua própria essência.


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sábado, 10 de setembro de 2011

A re(volta) das lamparinas em Jaguaribara no Ceará

Já era noite do dia 07 de setembro, quando a edição do 17º grito dos excluídos da diocese de Limoeiro do Norte chegava ao fim. Na praça de nome mutirão, as falas disseram o motivo da segunda parada: "Jaguaribara hoje passou por um milagre. No cotidiano vive às escuras. Lamparinas para iluminar a praça do mutirão e a noite da nova Jaguaibara, disse o coordenador do curso de História da FAFIDAM, professor João Rameres Reges". E o canto completava a denúncia: "Não deixe a lamparina apagar, pois ninguém sabe a hora que a COELCE vai chegar". O professor Reges concluiu sua fala dizendo que "a luz é sinal de esperança para os movimentos sociais no combate as trevas do capitalismo".

O eixão das águas do Castanhão, em Jaguaribara, foi o local escolhido para o início do grito dos excluídos que, após a mística de abertura e fala de Dom José, bispo diocesano, percorreu as ruas da cidade. Em sua fala de abertura Dom José Haring enfatizou que "Deus nos faz enxergar a realidade que estamos vivendo e por isso devemos abrir a mente para as possilidades que temos de trabalhar juntos. Irmãos caminhemos!"

Para o jovem Derlano dos Santos do MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens - "o maior objetivo do grito é a denúncia do que se chama de desenvolvimento. O que mudou na vida das pessoas? Prá quem o castanhão foi pensado? A barragem do castanhão trouxe mais mazelas do que benefícios." "Pela vida grita a Terra...Por direitos, todos nós!" foi o tema trazido pelo grito dos excluídos desse ano.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CEBs em tempo de Justiça e Profecia

A cidade do Cedro, diocese de Iguatu, acolheu nos dias 03 e 04 de setembro o encontro das CEBs do bloco 3. O bloco é formado pelas dioceses de Iguatu, Limoeiro e Crato do regional Nordeste I. O encontro foi assessorado pelo Pe. Vileci Vidal, coodenador do secretariado para o 13º Intereclesial.

O encontro teve como tema de estudo: Justiça e Profecia a Serviço da Vida, que é o tema do Intereclesial. Em sua fala, Pe. Vileci destacou três elementos que caracterizam a profecia: a espiritualidade, a vivência em comunidade e a capacidade de fazer opção. Tudo isso, acrescentou ele, dentro do entendimento da proposta de Jesus.

Presente ao encontro do bloco, o bispo de Iguatu e referencial das CEBs do regional, dom João, dirigiu uma palavra aos participantes: "Estamos juntos nesta caminhada de CEBs. Não somos os iniciadores e não seremos nós a terminarmos esta caminhada, porque as CEBs irão continuar sua missão".

Um artigo de Marcelo Barros, monge Beneditino, encerrou o estudo. Intitulado Precisamos de profetas, o artigo chama a atenção para não esquecermos a memória daqueles e daquelas que não temeram doar a vida pelo Reino. O tempo deles não é passado, mas continua sendo hoje. É na memória dos profetas que "nos damos conta da herança profética que recebemos e, junto com cristãos, pessoas de outras confissões e todos os homens e mulheres que acreditam no amor e na justiça, renovamos nosso compromisso de serviço aos irmãos e luta pacífica para transformamos este mundo", diz Barros.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Comunidades falam dos danos causados pela carcinicultura

As Comunidades articuladas, que fazem parte da Organização Popular de Aracati - OPA - participaram de uma audiência pública ontem, 24, na comunidade Tábua Lascada, no município de Aracati. A participação das comunidades se deu no sentido de intervenção quanto a pretensão da carcinicltura Gavião de estender o seu empreedimento na região.

A audiência pública, com a mediação da SEMACE, teve como objetivo apresentar para a comunidade o projeto de ampliação da carcinicultura Gavião dos atuais 17 viveiros para 54. Segundo os representantes da Gavião, o projeto trará muitos benefícios para as comunidades, entre elas a geração de renda.

Com a palavra, após a apresentação dos representantes da Gavião, as comunidades contrárias ao emprendimento, apresentaram os malefícios que a carcinicultura tem trazido para as pessoas e o meio ambiente. João Luiz, da comunidade do Cumbe e integrante da OPA, disse que esse mesmo discurso desenvolvimentista foi apresentado em sua comunidade no ano de 2006. Para ele o que resta hoje é a degradação ambiental.

Jocélia Ribeiro, da comunidade Pedregal e também integrante da OPA, em sua fala destacou a importância da defesa da vida. E que a carcinicultura tem feito o contrário, embora diga que os impactos negativos sejam pequenos. A carnaúba, segundo Jocélia, presente na Bandeira do Ceará corre sérios riscos de extinção, como consequência de tal emprendimento.

O presidente da associação dos moradores de Cantinho de Cima, Antonio Carlos, solicitou da SEMACE uma visita as comunidades atingidas pela carcinicultura Gavião. As comunidades de Morrinhos, Canapum, Venâncio, Outeiro e Cantinho sofrem com as águas que saem dos viveiros, poluindo as lagoas da região.

A carcinicultura, criação de camarão em viveiros, teve seu início no Equador. De lá, após as destruições ao meio ambiente, migrou para outros lugares, incluindo o Brasil. No Nordeste do Brasil, mais precisamente, os empresários viram a possibilidade de uma maior produção, já que a região oferece sol praticamente o ano inteiro.




sábado, 20 de agosto de 2011

Brasil vai as ruas dizer o que pensa sobre Belo Monte

Hoje, 20 de agosto, o Brasil vai às ruas para protestar contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Embora as máquinas já estejam fazendo os seus estragos escavando o solo nas cercanias das barrancas do Xingu, não é tarde para silenciar os seus motores, diz a carta de convocação para o ato contra Belo Monte.

Muitos serão os atos em todo o Brasil, a partir das 13:00h. O projeto Belo Monte não pode continuar. A defesa da vida, dos povos, da floresta e dos rios da Amazônia deve ser uma causa de todos. E é por isso que diversos países, nos cinco continentes, também realizarão, no dia 22, atos de solidadriedade em frente as embaixadas/consulados brasileiros.

A expectativa dos organizadores do ato contra Belo Monte é que milhares de pessoas saiam as ruas, nesse sábado 20, para dizer ao governo o que pensam sobre esse projeto que só trará danos irreversíveis à natureza e, consequentemente, as comunidades indígenas.







segunda-feira, 8 de agosto de 2011

No Testemunho dos Mártires: Terra, Água e Dignidade

Com o tema No Testemunho dos Mártires: Terra, Àgua e Dignidade, cerca de 15 mil Romeiros fizeram acontecer a 15ª Romaria da Terra do Ceará, na diocese de Itapipoca. Era domingo,7, quando ainda de madrugada começaram a chegar as caravanas vindas de todos os cantos e recantos do Ceará.

A celebração de abertura e envio se deu na Igreja de São Sebastião, onde das mãos do bispo diocesano, dom Antonio, os representantes das dioceses receberam a moringa, a terra e a cruz como símbolos das tendas Terra, Água e Dignidade. As tendas foram divididas por dioceses e se tornaram espaço da partilha da palavra, das lutas e do pão.

Percorrendo as ruas da cidade, os Romeiros entoavam cantos de esperança, de paz e de resistência. Eram muitas as bandeiras de lutas sendo alvejadas no sangue dos Mártires. Todos reafirmando o compromisso com a vida.

Como palavra de vida, durante a celebração de encerramento, a carta da Romaria, convoca a todos: "Romeiros e Romeiras da Terra, da utopia de mundo novo, caminhemos rumo à Terra Sem Males. Continuemos com as mãos na massa, os pés firmes no chão, como povo de Deus que reza, mas coloca a oração no chão da Terra e da Vida, com nossos sonhos e esperanças".




Paróquia de Aracati presente na 15ª Romaria da Terra

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Aracati se fez presente à 15ª Romaria da Terra do Ceará. A Romaria aconteceu domingo,7, na diocese de Itapipoca. Da Paróquia estiveram presentes 60 pessoas de diversas comunidades.

Todos os que participaram da Romaria sentiram-se fortalecidos para continuarem a caminhada. Segundo Jacira Simões "a Romaria é uma experiência para a missão. Comunguei com a realidade dos Mártires, disse ela".Os mais jovens que participaram pela primeira vez tiveram a Romaria como espaço de aprendizado.

A 15ª Romaria da Terra teve como tema: No Testemunho dos Mártires: Terra, Água e Dignidade. E foram muitos os que no Ceará e no Brasil inteiro, diz a carta final da Romaria, tombaram na luta pela posse da Terra.






Bandeira da OPA presente em Romaria simboliza luta dos trabalhadores de Aracati

Muitas eram as bandeiras presentes na 15ª Romaria da Terra do Ceará. De muitos são os anseios por Terra, Água e Dignidade. Todos querendo alvejar as suas bandeiras no sangue dos Mártires.

Em meio a tantas e diversas bandeiras encontrava-se a bandeira da Organização Popular de Aracati - OPA, que segundo Jocélia Ribeiro, integrante da OPA "foi somar forças com outros movimentos que acreditam na organização popular como caminho de transformação". "A bandeira da OPA presente à Romaria quiz simbolizar as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras do povo de Aracati", acrescentou.



Romeiros da Terra são motivados para o 13º Intereclesial

Presente à 15ª Romaria da Terra do Ceará, Batista, membro do Secretariado Nacional para o 13º Intereclesial, motivou os cerca de 15 mil Romeiros a se mobilizarem em torno desse grande acontecimento eclesial que acontecerá em Juazeiro no ano de 2014.

Em sua fala, Batista destacou que este ano é o ano da sensibilização, onde não só a diocese anfitriã é rsponsável mais todo o Regional Nordeste I. O trem está chegando, disse ele. Batista enfatizou ainda os encontros que irão acontecer em preparação ao Intereclesial, como por exemplo, o 6º Nordestão de CEBs em Julho de 2012 na cidade de Itabuna -BA.


PJMP de Aracati sai fortalecida após participar de Romaria

A Pastoral de Juventude do Meio Popular (PJMP) de Aracati marcou sua presença na 15ª Romaria da Terra do Ceará. A Romaria aconteceu na diocese de Itapipoca e refletiu o tema: No Testemunho dos Mártires: Terra, Água e Dignidade.

O Jovem Josenilson, Comunidade do Outeiro, participou pela primeira vez de uma Romaria e destacou: "Foi muito bom participar da Romaria, pois ver aquela multidão anima a gente a se envolver nas lutas. Foi um aprendizado para a PJMP".

Alguns jovens ainda puderam dar a sua contribuição na animação da tenda Dignidade que foi formada pelas dioceses de Tianguá, Crato, Sobral e Limoeiro do Norte. Para a jovem Juerlani, Comunidade Pedregal, "contribuir na animação da Romaria foi muito gratificante". E acrescentou: "Saí mais fortalecida para continuar a caminhada".




quarta-feira, 27 de julho de 2011

7º Mutirão Brasileiro de Comunicação

Construído com a presença de mais de 700 participantes, na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 17 a 22 de julho de 2011, o 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação foi um espaço de aprofundamento e de lançamento de idéias e propostas sobre a comunicação. Refletido sob vários anglos e aspectos o tema Comunicação e Vida: Diversidade e Mobilidades trouxe aos participantes a possibilidade de lançarem olhares sobre si mesmos, o outro e o mundo nos processos comunicativos.

Os questionamentos de Dom Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício de Comunicação Social, foram pertinentes: O que comunicamos? Como comunicamos? Para que comunicamos? Nossa comunicação, segundo Dom Claudio, não deve ser para lograr privilégios e nem para ganhar adeptos, mas deve sempre dizer uma palavra de verdade e justiça. Ela deve ser profética e incômoda. E acrescentou: as rádios e televisões católicos não podem pensar que todos são cristãos. É preciso saber que há um estado laico.

Luiz Erlanger, presidente da central Globo de Comunicação, chamou a atenção para a questão da visibilidade e da identidade. Como a gente quer ser visto? Após analisar a presença da Igreja na mídia, Erlanger concluiu que há muita consulta em torno das estruturas e não dos conteúdos. Há muito potencial, mas falta uma conexitividade, algo que seja aglutinador e mostre o rosto, a identidade enquanto Igreja.

Ao falar sobre o papel do jornalista, Marcelo Canellas, jornalista da Globo, disse que o jornalista tem que ter a humildade intelectual de saber que não muda a realidade. Segundo Canellas quem muda a realidade é a sociedade civil organizada. O papel do jornalista, concluiu ele, é jogar uma luz sobre a realidade.

O Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Padre Carlos Josafá, compreende a comunicação como processo integrador. A comunicação de Deus, diz Josafá, deve estar articulada com a realidade humana, social, ambiental, cosmológica. As visões comunicativas fragmentadas não levam a nada.

O 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação fez a sua parte dando indicativos de como deve ser a nossa comunicação frente aos desafios e complexidades da cultura contemporânea, cabe, portanto, aos que lá estiveram socializar essa contribuição através dos diversos meios disponíveis.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Gêneses da OPA


Embora se fale em superação da pobreza, surgimento de uma nova classe média e melhoria na qualidade de vida, são nítidas entre nós as grandes contradições produzidas pelo capital. Primeiro porque está se olhando o ser humano descontextualizado, fora da conjuntura planetária, como se ele fosse ele nele mesmo, sem as relações necessárias e fundamentais. Em segundo lugar porque o olhar é o do próprio capital, onde é satisfatório que alguns se saciem com as migalhas, enquanto a grande maioria se banqueteia quais “vacas de basã”.

São os olhares atentos e críticos sobre esta realidade que está na gênese da Organização Popular de Aracati – OPA. Olhar da Igreja da libertação que faz uma opção radical pelos pobres; olhar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; olhar dos professores; olhar dos estudantes; das comunidades e associações. Olhares para além dos seus interesses e da sua sobrevivência enquanto movimento ou instituição.

O que faz a OPA ser o que ela é é justamente a capacidade de perceber a importância das relações e interações. Assim como as pessoas não podem viver isoladas, também as organizações, principalmente quando o contraditório nos é comum. As negações de direitos em nossa realidade nos fez convergir os olhares e repensar nossas metodologias.

Os grandes projetos ( carcinicultura, eólicas, agronegócio...) estão sendo colocados acima das pessoas, do meio ambiente, da vida. Há clamores e é preciso saber escutá-los. É necessário e urgente intervir. Está mais do que na hora de nos apresentarmos como movimento de resistência e vivenciarmos as alternativas de forma audaciosa. As pequenas práticas, por menores que pareçam ser, são sinais de esperança. O movimento social tem que reverter à violação de direitos, mas isso só acontecerá se for de forma articulada.

Está na gênese da OPA jamais perder de vista que somos companheiros e companheiras na busca e na luta por uma sociedade sustentável. E como diz Leonardo Boff “a sustentabilidade alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa".

Todas as ações realizadas pela OPA já nos seus poucos meses de vida apontam que nós estamos no caminho certo e não podemos desanimar. O nosso público é realmente aquele que se tornou invisível aos olhos do capital, que de maneira perversa continua deixando seqüelas.





















domingo, 19 de junho de 2011

"Somos Imagem e Semelhança da Trindade"

Hoje, domingo 19, é a festa da Santíssima Trindade. Para as Comunidades Eclesiais de Base - CEBs - o dia das Comunidades, pois entende-se que "a Santíssima Trindade é a melhor Comunidade". Há entre as três pessoas divinas comunhão e comunicação. A ação de cada uma, embora específica, não é isolada. Segundo Irmã Vera Bombonatto "elemento fundamental da comunhão intratrinitária é o fato de que a união entre as Pessoas Divinas não suprime as diferenças e a individualidade própria de cada uma".

Para Leonardo Boff "se Deus significa três Pessoas divinas em eterna comunhão entre si, então devemos concluir que nós também, seus filhos e filhas, somos chamados à comunhão. Somos imagem e semelhança da Trindade".

Para celebrar esse dia, as CEBs estiveram durante a semana de Pentecostes a Santíssima Trndade refletindo o subsídio elaborado pelo Secretariado do 13º intereclesial: CEBs, Romeiras do Reino no Campo e na Cidade. O subsídio trouxe os subtemas O que é uma Comunidade Eclesial de Base?; CEBs e Paróquia, experiência de Comunidade e A Espiritualidade das CEBs.

terça-feira, 17 de maio de 2011

OPA retoma negociação com prefeitura de Aracati

Hoje,17, as comunidades integrantes da Organização Popular de Aracati (OPA) estiveram mais uma vez mobilizadas em frente a prefeitura municipal de Aracati. Há oito dias atrás, na terça, 10, as comunidades tiveram uma primeira audiência com alguns secretários, sem a presença do prefeito Expedito Ferreira. Na audiência de hoje o prefeito se fez presente nas primeiras horas de negociação.

Em nota de esclarecimento à população, a OPA diz que está organizada e reivindicando direitos básicos negados pelo governo municipal como: recuperação de estradas; melhorias nos postos de saúde e no atendimento médico; regularização fundiária; garantia de recursos para a infra-estrutura dos açudes; melhorias nas escolas e na educação; a não liberação de anuências para carcinicultura; consulta popular sobre qualquer empreendimento no território de Aracati; saneamento básico; melhoria na segurança pública; abastecimento de água; recuperação de barragens e construção de poços.

Ao sair da audiência, por vota das 13:00h, a comissão de negociação reuniu a assembléia para expor as propostas de encaminhamento da pauta por parte da prefeitura. Por unanimidade a assembléia sentiu-se vitoriosa e resolveu suspender o acampamento, mas prometeu que vai ficar monitorando todas as ações e que voltará com mais força, caso o acordo seja descumprido.

Na opinião de Odahi, um dos participantes na negociação, "essa foi mais uma vitória do povo e mais um passo da OPA. Mostra que quando o povo organizado quer as coisas acontecem". E acrescentou: "que essa luta do povo de Aracati sirva de exemplo para outros municípios." Para Diassis, comunidade Venâncio, "o processo de luta da OPA é um modelo novo para nós aracatienses, que nos estimula a lutar pelos nossos direitos, pelo bem das pessoas." Os jovens Paulo e Juerlane, Pedregal, disseram estar se sentindo muito bem em participar dessa mobilização, "pois é exercício de cidadania lutar pelos ideais. É prova de que se está vivo e acordado."

A OPA é uma organização popular, política, sem vínculo partidário eleitoral, de participação direta e com coordenação coletiva.

domingo, 15 de maio de 2011

"Honra a quem honra merece"

As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Praia do Futuro, em Fortaleza, estão ganhando as ruas com uma campanha popular. A campanha solicita da prefeitura a mudança do nome da "praça 31 de Março" para "praça Dom Helder Camara."

No abaixo assinado as CEBs dizem: "Nós os subscritos, vimos, por meio deste, solicitar aos Exmos. Senhores Vereadores da Cãmara Municipal de Fortaleza e à Exma. Senhora Prefeita Luiziane Lins, a mudança do nome da praça 31 de março, triste lembrança do golpe militar em praça Dom Helder Camara, homenageando o mais ilustre religioso cearense, defensor dos pobres e dos Direitos Humanos. Honra a quem honra merece".

Com essa campanha as CEBs pretendem convencer os legisladores da Cãmara Municipal e o próprio poder Executivo de que essa é uma causa justa e que a cidade de Fortaleza tem uma dívida para com a pessoa de Dom Helder, "cuja casa paterna - antigamente situada frente ao Passeio Público ( praça dos Mártires) - não soube preservar como patrimônio público, permitindo sua demolição.







terça-feira, 10 de maio de 2011

Prefeitura de Aracati é ocupada pela OPA

A Organização Popular do Aracati - OPA, ocupou nesta manhã, 10 de maio, a Prefeitura de Aracati. Cerca de 100 pessoas, vindas de 10 comunidades (Cajueiro, Canapum, Pedregal, Morrinhos, Venãncio, Terra Esperança, Outeiro, Araguaia, Zumbi dos Palmares e Aroeira Vilany) chegaram por volta de 8:30h na Prefeitura com uma pauta de reinvidicações. Os manifestantes foram recebidos com correntes nos portões e a presença da Guarda Municipal.

" Lá dentro da cidade um clamor, cheio de soluço e dor um desafio para nós. O grito sobe da periferia, semente de um novo dia é preciso despertar. Toda essa gente organizada e a cidade transformada com certeza chegará." Esse era um dos cantos que animava a multidão, que sabia muito bem o que estava fazendo ali, consciente de que as conquistas se fazem na luta.

A pauta de reinvidicações das comunidades foi apresentada por uma comissão ao secretário de Infra-estrutura, José Gonçalves Filho, de Turismo, Francisco José Damasceno e da Secretária de Saúde, Marilza Lima dos Santos, que justificou a ausência do Prefeito Expedito Ferreira. Segundo a Secretária, ele estaria participando da marcha dos prefeitos em Brasília.

Como proposta, durante as negociações, por parte da prefeitura, os secretários irão se reunir com o Prefeito na segunda-feira e analisar toda a pauta de reivindicações, e na terça-feira sentarão novamente com as comunidades para os encaminhamentos. A assembléia aceitou a proposta, deixando claro que quem está com as cartas são as comunidades e não a prefeitura.

Para Jocélia Ribeiro "essa foi uma experiência positiva, pois foi a primeira vez que a comunidade de Pedregal participou de uma luta como essa. Na opinião de Socorrinha, comunidade do Canapum, "as coisas só se resolvem assim." E acrescentou: "Eu e minhas companheiras voltamos para casa mais animadas". Talles, membro da coordenação da OPA, avalia essa mobilização como sendo "um marco na história de luta de Aracati."

A OPA tem um ano de existência e seu objetivo é "trabalhar as bases na formação, mobilização e organização com referência na participação direta, contribuindo na construção, fortalecimento e expansão da organização popular."



sábado, 23 de abril de 2011

Caminhada lembra um ano do assassinato de Zé Maria

Era tardizinha do dia 20 de abril quando a mobilização, por ocasião de um ano do assassinato do Zé Maria, partiu em direção a comunidade do Tomé, onde ele era líder comunitário. Empunhando bandeiras e faixas e com os pés firmes de caminheiros e companheiros os manifestantes gritavam que Zé Maria estava presente.

Durante a caminhada uma manifestante vestia uma camiseta que trazia um pensamento do Zé Maria: "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

O dia de mobilização que teve início pela manhã, em Limoeiro, com panfletagem pelas ruas terminou com a celebração eucarística na comunidade do Tomé, presidida pelo bispo diocesano dom José Haring, seguida por apresentações das escolas e comunidades e vivência musical com o cantor Zé Vicente.


Movimento 21 cobra punição aos mandantes do assassinato de Zé Maria

O local do assassinato do Zé Maria foi o ponto de concentração na tarde do dia 20, após a marcha e panfletagem pelas ruas de Limoeiro, para a caminhada até a comunidade do Tomé, onde ele morava. Para esse momento outras comunidades e movimentos juntaram-se as caravanas que estiveram na mobilização pela manhã.

Ainda concentrados, antes de iniciar a caminhada, um momento de mística evocando os quatro elementos da natureza: ar, água, terra e fogo, lembrando o que a campanha da fraternidade fez refletir durante toda a quaresma que "a criação geme em dores de parto". E que por falar contra a destruição dessa criação é que Zé Maria foi assassinado. De mãos dadas, encerrando a mística, todos cantaram o Pai nosso dos mártires.

Na pequena capela erguida no local do assasinato do Zé Maria, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, encontra-se os dizeres "a cada vida tombada nem um momento de silêncio, mas toda uma vida de luta." Os que participaram da mobilização, organizada pelo movimento 21, tinham como objetivo "cobrar a apuração do crime do Zé Maria e a puniçao dos culpados e também denunciar os problemas provocados pelo modelo de desenvolvimento implantado na chapada do Apodi."

Zé Maria vive!

Cedo da manhã do dia 20 de abril, as caravanas começaram a chegar em Limoeiro. Eram homens, mulheres, jovens e crianças vindos de longe e de perto para gritar pelas ruas de Limoeiro em alta voz, ecoando nos quatro cantos "companheiro Zé Maria, aqui estamos nós falando por você já que calaram sua voz".

Após a concentração no centro de pastoral da diocese de Limoeiro, os manifestantes sairam em marcha pela ruas da cidade. Houve panfletagem e apresentação de teatro ao ar livre. O panfleto entregue a população dizia: "Se na sabedoria popular tudo demais é veneno, pelo que temos observado, VENENO DEMAIS é sinônimo de destruição e de MORTE".

O dia 21 de abril, dia do assassinato do líder comunitário e ambientalista Zé Maria, tornou-se um dia de luta, pois do sangue dos mártires brota esperança e resistência. A luta contra o agrotóxico agora é permanente. "O assassinato de Zé Maria reuniu lideranças comunitárias, Igrejas, universidades e movimentos sociais na luta contra esse modelo de desenvolvimento que concentra terra, polui a água e o meio ambiente, traz sérios problemas de saúde para a população e compromete a qualidade de vida das gerações futuras", diz a carta convocatória para a mobilização.






















"Juventude, terra viva"

O dia 15 de abril foi o dia "D" da juventude da Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Aracati. As 7:00H da manhã os jovens vindos das várias comunidades do sertão e também de alguns colégios da cidade começaram a concentração na praça do Barão. E logo em seguida sairam em marcha pelas ruas da cidade, cantando e dizendo que "lá dentro da cidade há um clamor, cheio de soluço e dor um desafio para nós..."

O dia "D" organizado pela pastoral da juventude da Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Aracati faz parte da semana da cidadania que acontece todos os anos de 14 a 21 de abril. A semana da cidadania é uma ação da Pastoral da Juventude do Brasil e esse ano trouxe como tema de reflexão "Juventude, terra viva" e como lema "Da mãe terra, esperança e resistência".

Com oficinas de reciclagem, pintura e desenho na praça do Colégio Marista e a realização de um show com o cantor Paulo Russo de Fortaleza, os jovens encerraram o dia "D".

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Justiça e profecia a serviço da vida

Reunidas nos dias 09 e 10 de abril, as CEBs da diocese de Limoeiro - Ceará aprofundaram o tema do 13º Intereclesial: Justiça e Profecia a Serviço da Vida. Os textos iluminadores foram tirados do livro de José Comblin, A profecia na Igreja. Para os participantes do encontro, Comblin continua presente animando a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base, mesmo tendo feito sua páscoa. Seus ensinamentos continuam ecoando nos ouvidos e no coração de todos os que acreditam na Igreja dos pobres. O segundo momento do encontro diocesano de CEBs foi dedicado aos encaminhamentos práticos do Intereclesial, pois cada vez fica mais claro para as dioceses do Regional Nordeste I -Ceará que elas não serão apenas delegação neste Interclesial, mas protagonistas e tão responsáveis como a diocese anfitriã, a diocese do Crato.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CEBs superam fronteiras latino-americanas

Encerra hoje, 09, em Santiago do Chile, o encontro de articulação Intercontinental das CEBs. Cerca de 35 pessoas participaram do encontro, vindos de quatro continentes: África, Ásia, Europa e América Latina. As CEBs do Brasil estiveram representadas com a presença do Pe. Benedito Ferraro, do Pe. Nelito Dornelles, da Magda e do Pe. Vileci Vidal (foto), coordenador do 13º interclesial. Segundo Pe. Nelito Dornelas constatatou-se nesse encontro que "as CEBs estão vivendo um momento de graça no atual contexto histórico da Igreja e da sociedade". E acrescenta Dornelas "tomou-se consciência de que as CEBs são hoje uma realidade na Igreja universal, superando as fronteiras latinoamericanas, berço de seu nascimento há quase 50 anos." Para Pe. Vileci Vidal, uma análise de conjuntura feita durante o encontro aponta que as CEBs têm contribuido para um crescimento mais humano diante das diferenças e da crise civilizacional. As CEBs vêm propondo uma mística que leva as pessoas ao caminho do coração, destaca Vidal. Um curso em parceria com o Instituto de Pastoral Latino-Americano (ITEPAL) a realizar-se de 05 a 25 de setembro de 2011; a criação de uma Escola para formação bíblica e teológica à distancia com duração de três anos e a realização do nono encontro Latino-Americano de 16 a 22 de junho de 2012, em Honduras, foram as resoluçoes do encontro Intercontinental de CEBs.

segunda-feira, 21 de março de 2011

CEBs de Fortaleza reinvidica redução de taxa de esgoto

As Comunidades Eclesiais de Base da Arquidiocese de Fortaleza, apoiadas pelas pastorais sociais e entidades populares, realizam nessa terça, 22, manifestação pública em frente a sede da CAGECE. O ato será realizado às 9:00H da manhã, no dia Mundial da água.

O movimento é pela redução da tarifa de esgotamento sanitário que, segundo Carlo Tursi, da coordenação Arquidiocesana de CEBs, "atualmente cobra-se 80% em cima do valor estipulado pelo consumo de água, o que excede a capacidade de pagamento de muitas famílias nos bairros de periferia".

A campanha esgoto já - sem explorar pela redução da taxa de esgoto coseguiu coletar 15 mil assinaturas que serão entregues, junto com um documento reinvindicatório, ao diretor geral da CAGECE.

A coleta de assinaturas teve início no dia 19 de março de 2010 e prosseguiu até o dia 19 de março de 2011, dia de São José. Essa ação faz parte das deliberações do seminário sobre CEBs e Ecologia, realizado em outubro de 2009 pelas CEBs Arquidiocesana de Fortaleza, fruto do 12º Inereclesial de Porto Velho.

domingo, 20 de março de 2011

Paróquia de Aracati aprofunda tema da CF 2011

A paróquia Nossa Senhora do Rosário, Aracati - Ceará, esteve reunida no dia 18 de março para um seminário de aprofundamento da Campanha da Fraternidade 2011.

O seminário aconteceu no auditório do Colégio Marista e contou com a participação de mais de 100 animadores e animadoras das comunidades da paróquia.

Na programação do seminário houve um momento para a fala das comunidades, onde cada uma pode colocar as problemáticas em torno do meio ambiente e os caminhos feitos para encontrar soluções.

Socorrinha (Canapum), Ari (Morrinhos), Jocélia (Pedregal), João Luiz (Cumbe) e Tiago (MST) falaram das agressões ambientais pelas quais passam as suas comunidades, tendo em vista os grandes projetos de carcinicultura e eólica que se alastram na região. Em sua falas enfatizaram a importãncia da organização e da luta em favor da vida no planeta.

Com o tema a Fraternidade e a Vida no Planeta e o lema a criação geme em dores de parto a Campanha da Fraternidade 2011 tem como objetivo "contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condiçoes de vida no planeta."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Camocim acolhe coordenação regional das CEBs

A coordenação das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs do Regional Nordeste I esteve reunida nos dias 12 e 13 de março de 2011, na cidade de Camocim, diocese de Tiangua.

O encontro contou com a participação dos coordenadores de sete das nove dioceses que compõem o Regional Nordeste I - Ceará, dos assessores e do secretariado para o 13º intereclesial.

Na pauta, além das discussões e encaminhamentos, a coordenação aprofundou o tema da Campanha da Fraternidade 2011: Fraternidade e a Vida no Planeta. A reflexão foi subsidiada pelos textos: O mandamento esquecido (Marcelo Barros); Crise ecológica, crise civilizacional (Manfredo Oliveira) e Planeta Terra: preocupações (Dom Demétrio Valentini).

Um outro momento significativo no encontro foi a escuta das dioceses, onde cada uma das que estavam presentes pode partilhar a sua caminhada. Ao final da partilha, fez-se um minuto de silêncio, para que todos pudessem escutar o que as dioceses ausentes estavam querendo dizer e como a coordenação regional pode ajudá-las.

domingo, 6 de março de 2011

O carnaval e a inversão da justiça

Chamou minha atenção a matéria publicada pelo jornal o povo no dia 04 de março, com a manchete: Aracati - Justiça mantém Carnaval e festa começa hoje. Segundo a matéria o desembargador José Arísio Lopes da Costa, presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) cassou a liminar concedida pela juíza Maria do Socorro Montezuma Bulcão, da 1ª Vara da Comarca de Aracati, que proibia o carnaval naquele município.

Na alegação, o presidente do TJCE, diz que “a suspensão do carnaval em Aracati provocaria uma situação de desorganização e caos, uma vez que a Prefeitura já tinha destinado verbas para a festa”. E acrescenta: “Desta sorte, todos os turistas e inclusive a população local estariam prejudicados”. Para o desembargador, José Arísio Lopes da Costa, “o judiciário não pode exigir do Executivo o direcionamento de verbas para atender de forma privilegiada ou específica um determinado setor, em detrimento de outros”.

A liminar da juíza Maria do Socorro Bulcão suspendia o carnaval ou qualquer festa no município de Aracati até que a Prefeitura solucionasse problemas relacionados ao atendimento na saúde pública. A decisão da juíza está pautada numa ação civil pública encaminhada pelo Ministério Público em dezembro de 2010 denunciando o estado alarmante da saúde pública em Aracati.

Na ação civil pública os promotores Alexandre Alcântara, Cledson Ramos e Emilda Afonso
pediram a regularização no pagamento dos salários atrasados dos médicos, desde agosto, como também a interdição do hospital Dr. Eduardo Dias. No entender dos promotores, a partir das constatações feitas e denúncias dos próprios médicos, o hospital não tem as mínimas condições para funcionamento.

Por que a matéria chamou minha atenção? Eu acabara de reler um capítulo do livro O que faz o brasil, Brasil? de Roberto DaMatta. O capítulo fala justamente sobre o carnaval, onde o carnaval é definido por ele como sendo basicamente a inversão do mundo. “Sabemos que o carnaval é definido como liberdade e como possibilidade de viver uma ausência fantasiosa e utópica de miséria, trabalho, obrigações, pecado e deveres”, diz DaMatta.

A depender do desembargador, José Arisio Lopes da Costa, o povo aracatiense não terá quarta-feira de cinzas. E o que deveria ser prioridade, como bem entedeu a juiza Maria do Socorro Montezuma Bulcão, continuará invertido e embargado a mercê daqueles que só se beneficiam do povo e das suas misérias encobertas de fantasias.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ampliada das CEBs visita Assaré do Patativa


A tarde do dia 29 de janeiro foi bem diferente para a Ampliada das CEBs. Logo após o almoço, a Ampliada partiu em direção a Assaré do Patativa.
Na chegada a Assaré, a Ampliada foi recepcionada pela banda de música Manoel da Benta. Para alguns, algo muito significativo, por ser a primeira vez a serem recepcionados por uma banda de música.
No auditório D. Belinha Cidrão mais uma acolhida cultural, com os cantos e poesias dos mestres Miceno Pereira( repentista) e Chico Paes (Harmônica de oito baixos)
A passagem por Assaré, que tem por objetivo a preservação da memória cultural, fez a Ampliada pensar melhor no que propôs o poeta popular, Zé Vicente, em sua fala no dia 28. Zé Vicente desafiou a Ampliada com a proposta de criação de um centro de acolhida e irradiação das diversas expressões artísticas vividas pelas comunidades.

A espacialidade mística da romaria

Durante a realização da II Ampliada das CEBs, na diocese do Crato, de 26 a 30 de janeiro, Ir. Annette Dumoulin, foi convidada para falar sobre a Religiosidade Popular e Romarias em Juazeiro do Norte. Sua fala é pautada nos 35 anos de convivência com os romeiros.

Segundo Dumoulin, só é possível entender o romeiro se formos capazes de entender a sua espacialidade. Para o romeiro, diz ela, um metro quadrado significa mais do que um metro quadrado. "O romeiro transforma, organiza e vive o espaço em dimensões religiosas, numa espacialidade mística, uma grande liturgia."

Ao contrário do que se pensa, diz Dumoulin, a romaria não é fuga da realidade diária, mas procura de sentidos, restabelecimento da esperança para viver melhor esta realidade. "Na hora da romaria, o peregrino deixa seu centro de referência costumeiro e caminha em direção a outro centro, onde ele projeta valores, desejos, sonhos que motivam a sua peregrinação na terra, conclui Ir. Annette".

Análise de conjuntura coloca Ampliada das CEBs frente a novos desafios

Dos dias 26 a 30 de Janeiro, na cidade do Crato - Ceará, aconteceu a II Ampliada das Comunidades Eclesiais de Base-CEBs. A Ampliada é composta dos representantes dos 17 regionais da CNBB, assessores, o bispo referencial nacional das CEBs, d. Adriano Ciocca, d. Fernando Panico, bispo da diocese do Crato, anfitriã do 13º Interclesial, o representante do CIMI e o Secretariado do Interclesial.

O encontro da II Ampliada teve como objetivo dar mais um passo na preparação do 13º Interclesial que acontecerá de 07 a 11 de janeiro de 2014. Uma análise de conjuntura feita pelo filósofo, Manfredo de Oliveira, ajudou aos membros da ampliada a perceberem os desafios que se colocam para as comunidades, principalmente com o surgimento da nova classe média e um novo modo de interpretar a vida e o próprio ser.

Outras duas temáticas fizeram parte do estudo da ampliada, uma assessorada por Ir. Annette Dumoulin sobre a Religiosidade Popular e Romarias em Juazeiro do Norte e a outra animada pelo Poeta Popular, Zé Vicente, sobre a arte na vida das CEBs.

Como encaminhamento para a próxima reunião da Ampliada, além de continuar colocando o 13º vagão nos trilhos, ficou acertado que a Amplida fará uma ampla discussão sobre a sua identidade e papel, começando pelos regionais.